UM OLHAR DIFERENTE DO PARQUE
Luca Toledo acordou
cedo. Às seis da manhã do primeiro dia de junho o recebeu com uma tonalidade um
tanto escura. O dia ainda não clareava quando Luca, com toda a disposição do
mundo, preparava-se para mais um treino longo. Esta vez de 27 quilômetros.
Foi ao parque de
bicicleta e lá chegou após vinte minutos de pedalada leve e tranquila. A manhã
estava fria, talvez 13 graus e a brisa de final de outono lhe dava uma sensação
de liberdade.
Começou então a correr
exatamente às 6.30 da manhã. A alvorada já fazia ato de presença e os primeiros
corredores apareciam no parque com olhares dispersos. Marcou o seu quilômetro
zero e correu em direção ao lago e no velho prédio da ex Prodam, completou o
quilômetro 1. Beirando o lago da fonte, chegou ao portão 9, também conhecido
como aquele que dá acesso ao monumento dos bandeirantes, o popular “empurra-empurra”.
No parque uma densa
nevoa parecia uma cortina branca ao completar o quilômetro dois. No outro lago,
um grupo de patos agrupados como para
uma reunião importante antes de começar o dia, esperavam o momento de nadar. No
meio de uma pequena avenida de árvores gigantes, frente à praça da Paz,
completou o quilômetro três. Na praça, o tapete branco de névoa deu lugar ao
verde esperança da grama. A solidão do espaço era impressionante e o quilômetro
quatro apareceu na frente.
Perto da praça dos
porquinhos e do portão seis, Luca continuou a corrida respirando ar puro. Então
os primeiros raios do sol iluminaram a sua trilha até completar o quilômetro
cinco. Na segunda volta em que completara os quilômetros seis até dez, o sol da
manhã já estava iluminando todo o parque e a cidade. O outono brilhava com luz própria.
Lentamente o parque começou a receber mais e mais gente.
A terceira volta ou
seja, do quilômetro dez ao quinze, o sol invadiu a manhã de sábado. O colorido
do ambiente era notório. Mais uma volta e Luca atingiu o quilômetro vinte. Na
volta seguinte, até o quilômetro vinte e cinco, escutou uma sanfona que tocava
perto do lago. A estas alturas, já eram pouco mais das nove da manhã quando o
parque encheu-se de vida.
Mais dois quilômetros
foram corridos na pista de Cooper. A antiga e querida trilha por onde começara
a correr, anos atrás, parecia anestesiada pela calma e pelo silencio das suas
grandes árvores. Luca Toledo terminou os 27 quilômetros com êxito em duas horas
e trinta minutos. Voltou para casa de bicicleta, com as pernas cansadas, mas
com a satisfação de mais um treino longo comprido.
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