sábado, 1 de junho de 2013

DIÁRIO DE UM CORREDOR


UM OLHAR DIFERENTE DO PARQUE

Luca Toledo acordou cedo. Às seis da manhã do primeiro dia de junho o recebeu com uma tonalidade um tanto escura. O dia ainda não clareava quando Luca, com toda a disposição do mundo, preparava-se para mais um treino longo. Esta vez de 27 quilômetros.

Foi ao parque de bicicleta e lá chegou após vinte minutos de pedalada leve e tranquila. A manhã estava fria, talvez 13 graus e a brisa de final de outono lhe dava uma sensação de liberdade.

Começou então a correr exatamente às 6.30 da manhã. A alvorada já fazia ato de presença e os primeiros corredores apareciam no parque com olhares dispersos. Marcou o seu quilômetro zero e correu em direção ao lago e no velho prédio da ex Prodam, completou o quilômetro 1. Beirando o lago da fonte, chegou ao portão 9, também conhecido como aquele que dá acesso ao monumento dos bandeirantes, o popular “empurra-empurra”.

No parque uma densa nevoa parecia uma cortina branca ao completar o quilômetro dois. No outro lago, um grupo de patos  agrupados como para uma reunião importante antes de começar o dia, esperavam o momento de nadar. No meio de uma pequena avenida de árvores gigantes, frente à praça da Paz, completou o quilômetro três. Na praça, o tapete branco de névoa deu lugar ao verde esperança da grama. A solidão do espaço era impressionante e o quilômetro quatro apareceu na frente.

Perto da praça dos porquinhos e do portão seis, Luca continuou a corrida respirando ar puro. Então os primeiros raios do sol iluminaram a sua trilha até completar o quilômetro cinco. Na segunda volta em que completara os quilômetros seis até dez, o sol da manhã já estava iluminando todo o parque e a cidade. O outono brilhava com luz própria. Lentamente o parque começou a receber mais e mais gente.

A terceira volta ou seja, do quilômetro dez ao quinze, o sol invadiu a manhã de sábado. O colorido do ambiente era notório. Mais uma volta e Luca atingiu o quilômetro vinte. Na volta seguinte, até o quilômetro vinte e cinco, escutou uma sanfona que tocava perto do lago. A estas alturas, já eram pouco mais das nove da manhã quando o parque encheu-se de vida.

Mais dois quilômetros foram corridos na pista de Cooper. A antiga e querida trilha por onde começara a correr, anos atrás, parecia anestesiada pela calma e pelo silencio das suas grandes árvores. Luca Toledo terminou os 27 quilômetros com êxito em duas horas e trinta minutos. Voltou para casa de bicicleta, com as pernas cansadas, mas com a satisfação de mais um treino longo comprido.

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