A CLASSE POLITICA NA
BERLINDA
Não há duvidas de que as manifestações de junho já entraram
para a história brasileira como as primeiras que estão definindo uma mudança na
política e na sociedade do país.
O clamor dos cidadãos deu recado ao governo federal de que
tinha que haver mudanças já. A Presidente Dilma Rousseff convocou os
governadores, prefeitos e os lideres do Congresso Nacional afirmando o seu
desejo de convocar um plebiscito para uma Constituinte exclusiva da reforma
política. O “establishment político brasileiro” se manifestou contra uma
Constituinte e o Executivo teve que recuar. Por outro lado, no Congresso, os
deputados e senadores anunciaram os seus desejos de aprovar leis populares que
aceitem a demanda nacional sobre saúde, educação ,transporte público e muito
mais..A oposição fez o mesmo. Em fim, toda esta bagunça demonstra o despreparo
da Presidente e como os Poderes do Estado estão no ar. A Presidente aceita, então
um plebiscito para a reforma política. Isto quer dizer que ela quer
compartilhar essa tarefa com o povo, tirando assim a responsabilidade do
Legislativo que tem fama de adiar todos os projetos que se referem ao tema.
Isso é bom por um lado, mas pode fortalecer demais o Poder Executivo contra o Legislativo.
De qualquer forma, “a toque de caixa” ontem a Câmara de Deputados derrubou a
famosa PEC 37, um dos clamores das manifestações dos últimos dias, provando
assim que, o Congresso , quando acuado, é capaz de “fazer as coisas como devem
ser”, pelo menos a minha impressão é isso. Inclusive o Presidente do Senado,
Renan Calheiros disse que o recesso de inverno estava suspenso. Isso nunca
acontecera antes.
O “Establisment”, ou seja a classe política está na berlinda
e é exigida para fazer a reforma política e muitas outras que os eleitores
demandam e que já não querem mais esperar. A paciência esgotou-se e parece que
o grito de “chega” não acabará tão rapidamente.
De qualquer forma, a democracia brasileira está esgotada, no
sentido positivo. Ela tem que procurar um mecanismo que facilite o canal de comunicação
entre os eleitores e os eleitos, já que os partidos políticos estão muito
desprestigiados e não é por acaso. Mas a democracia não pode deixar de ser
representativa. Concordo com os juristas que não pode se mexer no “vespeiro” que
é modificar a Constituição Nacional de 1988 - que alias só tem 25 anos de existência
– senão promover a reforma política desde âmbito já previsto na Constituição
Federal que é o Congresso Nacional.
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