sábado, 4 de janeiro de 2014

ALMA, A FILHA DO DESTINO (CAPITULO II PARTE VII)


Uma semana após o episodio assustador para Alma, o Doutor Augusto voltou de Recife. Tinha ido por uns dias resolver uns problemas particulares e, assim que voltou, apareceu na Venda primeiro, e depois na casa de Alma. A moça ao ver Guto experimentou uma alegria nunca antes sentida. O médico apareceu com um pacote em forma de presente e disse sorridente:

- Olá Alma, eu lhe trouxe este presente de Recife.

- Oh, obrigada. – Alma abriu o presente e se deparou com um lindo vestido de baile.

- Gostou, Alma?

- Gostei muito, obrigada Doutor.

- Ah, Guto, por favor..

- Obrigada, Guto.

A partir desse momento, Alma e Guto se encontraram com mais frequência, mas sempre sob o olhar atento de dona Dadá.

Aconteceu, então que numa certa noite, Augusto apareceu na casa dos Rocha, pois havia sido convidado para jantar. Rubião Rocha gostava dele e apreciava muito o rapaz e seus comentários humorísticos.

Guto apareceu com uma garrafa de vinho tinto. A mesa estava bem disposta. Toda a tarde, Alma e Dadá prepararam um delicioso jantar: Escondidinho, Carne de sol e bolo de macaxeira.

Durante o jantar, o Guto fez um pedido especial para os pais da moça.

- Seu Rubião e dona Maria das Dores,  gostaria de pedir permissão para namorar a Alma. Não tenho dúvidas que ela é a moça do meu coração e tenho certeza que só ela pode me fazer feliz.

O pedido foi aceito com satisfação pelos orgulhosos pais de Alma. Todos brindaram, e a partir desse momento, Augusto Tristão visitou Alma como namorado.

Passaram-se vários dias. Alma estava radiante e seu relacionamento com Guto não poderia estar melhor. Às vezes, eles se encontravam na Venda Malta. Alias, o avô de Alma já estava bem recuperado e atendia – se bem com cautela – os clientes que chegavam para comprar mantimentos. Como sempre, o irmão de Alma, Damião gerenciava a Venda com muita eficiência.

Damião vira o namoro da irmã com o doutor Augusto, como toda a família, como algo muito bom. Afinal de contas, Guto era, para os padrões de Inajá, um partido formidável. Mas, começou a ter problemas com o amigo, Gerônimo Bezerra que,ao saber do relacionamento de Alma com Guto, quase explode de fúria.

- Damião, nos somos amigos, você tem que me ajudar, a sua irmã tem que casar comigo, eu, eu amo ela.

- Deixa disso, Gerô, - dizia Damião ao amigo – você sabe muito bem que ela não gosta de você. Ela esta apaixonada pelo doutor.

- Bobagens...esse doutorzinho de meia tigela, quem ele pensa que é para se cruzar no meu caminho!.

 E assim a ira foi aumentando. Damião fez o possível para acalmar o amigo, mas foi em vão. Até ai, parecia que o filho do Coronel Bezerra só estava se lamentando por não ter tido uma chance com a filha dos Rocha.

Augusto Tristão estava cada vez mais enamorado de Alma. Fazia longos passeios com ela, sempre acompanhada pela mãe ou pelo irmão Zé Rubião, que tornou-se um dos melhores amigos de Guto.

Na medida que foi se tornando homem, Zé Rubião Rocha foi acalmando o seu ímpeto e passou a ajudar o pai na lavoura como sempre o fez, mas ultimamente com mais afinco. Trabalhava muito, e fazia as coisas bem, e de vez em quando, saia com Guto para pescar. Os dois ficaram bem amigos. Foi o Zé Rubião quem alertou o médico sobre Gerônimo Bezerra.

- Cuidado Augusto, Gerô é perigoso, ele esta furioso por não ter tido chance com Alma e te culpa por tudo. Ele é perigoso.

- Mas o seu irmão Damião não é muito amigo dele?  Talvez se falasse com ele...

- Já tentou. Damião é um bom sujeito, mas infelizmente não tem nenhuma influencia sobre Gerô. Ontem a noite eu vi preocupação nos olhos do meu irmão. Acho que o Gerônimo esta aprontando  alguma coisa. Tenha cuidado Guto, só isso posso te dizer...

- Mas, você acha que ele pode fazer alguma coisa? O quê?

- Não sei, talvez faça algo, ou talvez não, mas tenha cuidado. Só isso.

Aconteceu uma vez na Venda. Augusto foi visitar o velho Malta e estava conversando com ele e com Damião, quando Gerônimo Bezerra entrou no local. Ao perceber a presença do médico, olhou para ele com olhos de raiva.

- Bom dia Seu Malta, tudo bem com o senhor?

- Bom dia jovem Bezerra. Vou bem, obrigado.

Gerô aproximou-se de Augusto e lhe disse seriamente:

- Doutor!, Bom dia. Espero que o senhor esteja bem!

- Vou bem sim, obrigado.

Ele dirigiu-se até Damião e ficou conversando com ele e de vez em quando, olhava para o medico com raiva.

- Esse medico de quinta! Ainda vai me pagar caro.

- Gerô, por favor, aqui não...

- Não farei nada, não se preocupe. Olha, to querendo ir para Recife neste final de semana. Você poderia vir comigo?

- Infelizmente não vou poder. Terei que trabalhar.

 

 

 

 

 

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