sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

ALMA, A FILHA DO DESTINO (CAPITULO III PARTE III)


Às semanas deram lugar aos meses. Mas parecia que para a família Bezerra o tempo atuava em contra tudo o que eles queriam. O inquérito policial sobre a morte de Augusto e de Zé Rubião mostrava, cada vez mais, evidencias de que Gerônimo Bezerra era o culpado principal dos crimes. A polícia encontrou e prendeu os homens que foram pagos para efetuar o assassinato, e durante as investigações, eles confessaram que o filho do Coronel pagou uma boa quantia para eliminar o médico e o filho dos Rocha.

A noticia caiu como uma bomba em Inajá. Quando os presos chegaram para a cadeia da cidade, um grupo de pessoas reuniu-se em torno deles e ameaçava em lincha-los. De certo, o delegado teve que pedir reforço policial.

No dia seguinte, um dos assassinos amanheceu morto na cadeia, o outro, gravemente ferido. O rumor de que os Bezerra estavam envolvidos uma vez mais nisso tudo era claro e certo.

Dadá acordou bem cedo nessa manhã. Vestiu-se e disse para o marido que ia para o cemitério, visitar o túmulo do filho e do pai. Pediu que Alma a acompanhasse e, quando chegaram perto do Posto Malta, ele falou para  a filha:

- Fica aqui com seu irmão. Eu vou sozinha!

Alma ficou com Damião ajudando na venda.

O corpo diminuto da mãe dos Rocha atravessou a pequena praça e entrou na Prefeitura, ao lado da Igreja do Espírito Santo.

Nesse exato momento, o Prefeito de Inajá estava assinando alguns papeis e entregou ao secretario. Uma moça jovem de cabelos escuros entrou na sala e disse ao Coronel que alguém desejava vê-lo.

Bezerra mandou entrar. Quando viu a Dadá Malta na sua frente, ficou pálido como uma folha branca. A mulher de meia idade, de expressão severa aproximou-se da escrivaninha de madeira de peroba.

- Bom dia das Dores, espero que a sua família esteja..

Foi interrompido por uma inesperada e estrondosa bofetada.

Dadá estava irreconhecível.

- Você fará justiça à morte do meu filho! Mesmo que o seu seja o culpado, seu coronelzinho de merda!. A sua família pagará muito caro tudo de ruim que fez com muita gente. Eu te odeio Damásio Bezerra. Se tivesse forças, te matava agora mesmo. Mas você merece viver....e sofrer!!!!!

O Coronel, profundamente transtornado, sentou na mesa e não disse nada.

Dadá deu meia volta e saiu da sala.

A partir desse momento, Damásio Bezerra colocou a cruz sobre a família Malta.

- Malditos Rocha!!!...Pagarão muito caro por tudo isso!!! – disse gritando de raiva e amargura. – Vão pagar muito caro, muito caro!!!!

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