segunda-feira, 28 de novembro de 2011

CRÔNICAS DA AVENIDA PAULISTA (CONTO)


A POESIA DA VIDA

Uma vez ao mês, Dona Leontina ou Dona Leo como era conhecida no seu prédio dirigia-se até a Avenida Paulista nro.37: a Casa das Rosas, para ouvir e ler poesias. Ela escrevia poesias desde a adolescência, nos primórdios dos anos trinta, quando a cidade, efervescente, crescia a passos gigantescos à industrialização e o progresso econômico.
Nascida num casarão no bairro de Bela Vista, muito próximo à avenida, Dona Leo casara-se com um primo em segundo grau, natural de Minas Gerais e tivera um só filho. Isso fora nos anos cinquenta. Viúva muito jovem, ela teve que tocar enfrente a loja de ferragens que o marido lhe deixara no bairro do Braz, e que depois passou a ser administrada pelo filho Mateus após a morte do pai.
Mas o filho também falecera muito jovem, de doença do coração e, sem deixar descendência, Dona Leo encontrou-se sozinha no mundo. Bem, sozinha é só uma expressão supérflua, pois ela sempre esteve acompanhada da poesia.
Desde jovem e formosa rapariga, alimentara-se da poesia de Manoel Bandeira, de Fernando Pessoa, de Florbela Espanca, Mario de Sá Carneiro e mais adiante, de Drummond de Andrade, seu poeta favorito.
Assim, a jovem Leontina começara a escrever. Seu primeiro livro de poesia foi publicado em 1958, quando acabara de perder o seu único filho. Então ela debruçara toda sua tristeza e, talvez esperança, na poesia. O livro não fizera sucesso, mas o segundo, “Alma” publicado em 1962 fora aclamado pela crítica paulista e pelo jornal O ESTADO DE SÃO PAULO como um “ar fresco e sentimental na vastidão do nosso panorama literário brasileiro”.
A partir dali, Leontina nunca mais parou de escrever. No entanto, chegou a velhice e a dificuldade dos idosos em manter a rotina do dia a dia com a força e a virilidade da juventude. Leontina começou a perder a visão, a ter problemas nas vias respiratórias, em fim, toda uma série de doenças características da idade avançada.
Mas, no meio de todas as dificuldades, encontrara uma nova razão para beber e absorver poesia. A casa das Rosas, na Avenida Paulista começou a oferecer espaço para os poetas de todas as idades que queiram, uma vez ao mês, num sarau cultural, divulgar e apreciar poesia.
Dona Leo começou a frequentar a Casa das Rosas todos os meses. Podia ver-se uma idosa, impecavelmente vestida, com um sorriso nos lábios e uma aureola de mistério no olhar, observar e escutar atentamente os poetas neófitos da cidade. Tudo era ocasião para festa e amizade. Dona Leo revigorava-se e extasiava-se no meio desse ambiente literário que juntava palavras, sentimentos, amizades, e muito mais.
Sem perceber, tinha se transformado em uma presença obrigatória dos saraus mensais do lugar.
Quando ela se dirigia ao estrado para ler suas novas poesias, toda a platéia ficava em silencio, apreciando sinceramente, os versos singelos, emotivos e cheios de sentimentos de Dona Leo.
“Existe um lugar
no meio do barulho e cacofonia da cidade
onde os pensamentos confluem
num frenesi de amor e amizade
Ela tem nome de rosa,
pura e fresca como a flor,
suave e deliciosa como a primavera,
esplendorosa como a vida mesma.
Eis onde reina absoluta a poesia
Onde o dizer se confunde com o pensar
Onde se constroem as mais altas torres
do saber, e do viver.
Seu nome é : A casa das Rosas
E é lá onde meu coração embebe-se
de amor, alegria e de feliz viver”

Não existia maior prazer na vida da Dona Leo, do que atravessar a famosa avenida de São Paulo e entrar no soberbo casarão, um dos últimos vestígios dos tempos áureos do café: a Casa das Rosas e, alimentar-se daquilo que lhe proporcionava a felicidade suprema de sua vida : “a poesia”.

UNA MIRADA DE FE


MEDITACIÓN DE ADVIENTO (I)

En este tiempo litúrgico del adviento, pido a Dios que me de la virtud de la PACIENCIA, porque ella engendra cosas buenas, actitudes magnánimas y bondad de corazón.
La llamada del adviento es una llamada de paciencia en la espera por la venida de Jesús que, una vez más, nacerá en nuestros corazones.
La paciencia es, además una solida base para la esperanza y la alegría con el que debemos poner nuestro corazón al meditar los misterios de la Natividad de Nuestro Señor Jesucristo.
Imitar la paciencia de María, la “Ancilla Domini” (esclava del Señor) que, recogiéndose en oración, esperó con humildad y paciencia los designios del Señor.
En este primer domingo de adviento, mi mente y mi corazón están dirigidos a la virtud cardinal de la PACIENCIA.
Que con ella pueda esperar suavemente el desvelo de este gran misterio de amor: misterio de un Dios hecho hombre que se redujo a la condición humana para redimirnos.

domingo, 27 de novembro de 2011

PEQUENO DICIONÁRIO ÍNTIMO



ADVENTO

Tempo litúrgico de preparação para o Natal. Tempo de espera e de esperança e com ele, começa um novo ano dentro da complexa estrutura da liturgia da Igreja Católica. Neste período de quatro domingos prévios à celebração da Natividade do Nosso Senhor, a Igreja nos convida a meditar sobre o mistério da redenção de Jesus para a humanidade.
É simbolizada pela coroa de advento, feito de pinho com quatro velas que são acessas a cada domingo.
A Fé e a Esperança são as chaves mais apropriadas para meditar neste tempo em que colocamos o coração e a mente na espera do nascimento do menino Jesus.

ADVIENTO: EN LA ESPERA DEL SEÑOR



Hoy se inicia el adviento. Con el primer domingo de este tiempo litúrgico, la Iglesia nos recuerda que, para la liturgia ya empieza el año de 2012.
Adviento es tiempo de esperanza. En los cuatro domingos que anteceden a la Navidad del Señor, la liturgia nos recuerda el preparo que debemos tener en este tiempo para el advenimiento, la segunda venida del Mesías, con su poder glorioso y para recibir a Jesús que pronto, volverá a nacer en nuestros corazones.
Es un tiempo de esperanza, pues, si tenemos fe esperaremos la llegada del Señor en nuestros corazones. Jesús, en su infinita misericordia, nos anuncia su llegada. Los dos primeros domingos de adviento, la liturgia nos dirige la mirada hacia la segunda venida del Salvador. Como lo prometió cuando vivió entre nosotros, esperaremos con esperanzas su venida gloriosa para “salvar a los vivos y a los muertos”. Debemos estar en vela, manteniendo una especial actitud de conversión.
El tercer domingo, inicia la tercera semana de Adviento con la alegría mesiánica, pues ya está cada vez más cerca la venida del Señor.
El último domingo, la liturgia ya nos habla del advenimiento del Salvador al mundo a través de María, que es figura central y su espera es modelo estímulo de nuestra espera.
Personalmente, veo el adviento como un camino de luz en medio de la oscuridad espiritual. Esta metáfora adquiere un relieve especial si pensamos que, durante el largo período del tiempo ordinario, es como si camináramos por un largo sendero oscuro esperando llegar a la fuente de nuestra eterna felicidad: El infinito amor de Nuestro Señor. El adviento es como un foco de luz brillante que nos ayuda a ver el camino que nos conducirá, finalmente, al encuentro de Nuestro Señor.
Con este tiempo de Adviento, empieza un nuevo año de nuestros días, y pedimos a Dios que nos ilumine en este camino para esperar, con el corazón abierto, el advenimiento de Cristo en nuestras vidas.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

CRÔNICAS DA AVENIDA PAULISTA (CONTO)


"A JANELA VAZIA (FINAL)

Germano acompanhava diariamente o comportamento estranho da mulher misteriosa que, coincidentemente colocara-se na mira do seu binóculo. Ele começou a imaginar uma historia de suspense sobre a mulher. O que mais chamava a sua atenção era o tempo em que a mulher ficava em pé frente a estação de metrô: duas horas! Todas as manhãs, ela ficava esperando alguém que nunca chegava durante cento e vinte minutos. Tudo era muito estranho.
Ele começou a sonhar com ela, escreveu um conto de mistérios onde a personagem principal era ela, deu um nome a ela...
Até que um dia, ele, quase pirando de curiosidade, resolver descer e falar com a mulher. Ele costumava descer todas as manhãs para tomar café na Bela Paulista, uma padaria muito badalada da região. Era a hora em que a loiro misteriosa estava na esquina.
Aconteceu numa manhã cinzenta de outono. Germano desceu do seu prédio e dirigiu-se à padaria. Eram às nove da manhã. Ele sabia que ela ficava entre às 9 e as 11horas todos os dias. Quando voltou da padaria, lá pelas 10hs a mulher tinha desaparecido.
Uma mistura de surpresa e decepção tomou conta dele.
No dia seguinte, na janela, no seu binóculo, lá estava ela novamente. Ele decidiu descer imediatamente e ir falar com ela. Quando chegou à esquina, ela não estava mais lá.
O mistério continuava, dia após dia, meses após meses.
Certa manhã, Germano decidiu esperá-la antes das nove horas. Chegou às oito e meia e ficou do outro lado da rua. Quando olhou no seu relógio e percebeu que eram às nove em ponto, viu a mulher aparecer na esquina, do nada. Não deu outra e Germano atravessou a rua como louco, e não desviava o seu olhar à da mulher.
Quando estava no meio da avenida, notou que a mulher olhou para ele e sorriu. Ele sorriu também, mas pouco antes de perceber um enorme carro que vinha veloz na sua direção. O carro o atropelou em plena avenida e Germano caiu no asfalto e ficou desacordado.
No meio do barulho das sirenes e da multidão curiosa que o rodeava, ele entreabriu os olhos e viu a mulher loira diante dele. Ela sorria e falou para ele se acalmar porque tudo passaria logo.
Ele, com um fio de voz, perguntou pelo seu nome. Ela respondeu: “Eu sou a morte. Eu estava esperando por você e você veio a mim. Agora você irá comigo, tranquilamente.”

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

PEQUENO DICIONÁRIO ÍNTIMO



O MAR

Elemento água da natureza. Ser inatingível e misterioso.
Clarice Lispector dizia que “O mar é a mais ininteligível das existências não humanas”.
Ao mesmo tempo ela nos protege como mãe porque nos dá vida, e por outro lado ela é ameaçadora se a invadimos.
Quando olhamos o mar, percebemos o seu mistério. Um mistério profundo e natural da nossa existência. Ela também é uma fonte de calmaria e transparência. Um rasto de eternidade.

CRÔNICAS DA AVENIDA PAULISTA (CONTO)

A JANELA VAZIA (I)

Todos os dias e a qualquer hora, a multidão desvairada e apressada invadia a avenida. Das estações de metrô, das esquinas, dos pontos de ônibus podia ver-se uma coluna humana atravessando a Paulista, esperando os carros passarem ou simplesmente entrando nos grandes edifícios comerciais da região. A cada dia, a rotina repetia-se num fluxo incessante do tempo. Era a vida urbana de São Paulo que corria pelas calçadas, pelas faixas de pedestres, pelos carros que rodavam por esta que é conhecida como a artéria mais importante da capital.
Os edifícios de cor cinza, vermelho, branco ou de vidro fumê, exibiam um panorama de efervescente progresso A Avenida Paulista deixara de ser, há alguns anos, o centro comercial da cidade, mas conservara sem esforços, a sua marca cosmopolita, sua exuberância, acolhendo todo tipo de cidadãos do mundo, com suas estranhas crenças, suas tribos, suas exóticas vestimentas, em fim, sua heterogeneidade.
O mundo passava pela Paulista, dia após dia. A cacofonia incessante do seu tráfego, do seu colorido e das suas esquinas, era o pão nosso de cada dia.
Mas para um homem de meia idade, que ficava horas a fio observando, da sua janela esse mundo que passava, a Paulista era mais do que uma simples avenida: era a referencia da sua própria vida.
O arquiteto Germano Constantini morava no 12 andar de um prédio de esquina, no começo da avenida. Da sua janela via-se a Paulista em toda a sua extensão, em todo o seu esplendor.
Ele era escritor. Havia escrito livros de suspense e todos os cenários de suas historias concentravam-se na Avenida Paulista.
Visto da rua, a janela verde do prédio parecia vazia. Mas, para um observador sagaz, podia perceber a ponta de um aparelho escuro, num dos cantos dela: um binóculo. Era o instrumento de trabalho de Germano.
Com uma meticulosidade surpreendente, o escritor passava o dia todo observando detalhes e anotando-os num velho caderno. Dessa paisagem, Constantini tirava as loucas historias de suspense, transformados em obra literária.
O vai e vem da multidão se repetia, mas certa manhã, ele viu uma mulher loira, alta e muito bonita. Parecia esperar alguém na esquina da Paulista com a rua Augusta, em frente à estação de metrô. A mulher parecia uma estátua, e Germano concentrou-se nela.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

EL SUEÑO DE PERSEO

Lo que le llamó la atención era la topografía del lugar. Llena de rocas, incluso en la playa. Sólo un pequeño banco de arena indicaba que se podía llegar hasta allí con tranquilidad. Descendió del coche y contempló las olas chocarse violentamente contra las grandes rocas. Dejó el coche y vio un sendero que conducía a la playa....Una escalera de piedras! Le recordó el sueño. Y empezó a bajar hasta la playa. Desde el lugar podía verse la casita de color blanco, el chalet , solitario en medio del peñasco. Pensó que la casa debía tener una magnífica vista del mar y de la playa.


Un encuentro
entre el mar y yo
Dos seres, dos sueños
Misterios y sufrimientos.


Continuó su sendero, pasando por piedras, algunos helechos y otras plantas que no pudo identificar. La brisa salina del mar era reconfortante.
Después de unos minutos de recorrido, llegó hasta una gran piedra, desde donde pudo contemplar mejor el paisaje. La playa, allá abajo, estaba solitaria, no había una sola alma. Mejor aún, pensó. Explorar una playa solitaria era mucho más reconfortante que una superpoblada.
Caminó algunos metros y llegó hasta la playa. Las olas estaban un poco bravías y el choque con las grandes piedras hacia un ruido estrepitoso...
Eddy empezó a pasear por la playa desierta. Los pensamientos iban y venían a su mente como torbellinos, como ráfagas de viento.
Vio algunas conchitas de mar y recogió algunas. Ya se había descalzado y sentía el agua fría por entre los pies. Aún en verano, el agua del mar de


Cornualles era fría. Sin embargo, el sol estaba calentando y tuvo que quitarse el fino jersey que llevaba puesto. Lo colocó en el cuello y siguió caminando.
La marea estaba baja dejaba una faja de arena dura y limpia, dividida por una línea estrecha de espuma blanca. Le gustó la playa... Era una playa desierta.
En el horizonte a lo lejos, había una formación rocosa incrustada de conchas y algas y sobre ella las gaviotas posaban ocasionalmente gritando y luchando por alguna presa. Poco después buscó una roca y se sentó en ella para contemplar mejor el paisaje.
Pocas veces en su vida se había sentido así. Estaba completamente solo, pero no se sentía solo. Sentía una paz indescriptible, algo como si estuviera fuera de si, lejos de todo y de todos, sólo, con sus pensamientos.
Se sintió pleno, lleno de vida. Sentía la luz solar besando su rostro y su cuerpo. Qué sensación maravillosa! Se sentía maravillosamente bien.

(Extraído de EL SUEÑO DE PERSEO, Capítulo III "CORNUALLES")

domingo, 20 de novembro de 2011

PEQUENO DICIONÁRIO ÍNTIMO


PRIMAVERIL

Referente à primavera. Relativo a esta estação intermediaria entre o inverno e o verão. Os seus atributos são: cores, flores, perfumes e esperança. Em alguns países a primavera significa JUVENTUDE, pois tudo se renova nela e com ela. É a estação da alegria, dos projetos, da limpeza.
O período do ano mais agradável e mais prazeroso.

DOMINGO DE PRIMAVERA


La vida se desperezaba
lenta y bucólica
Sólo el sol primaveral
invadía el ambiente

Un viento alocado,
bregaba
contra la soledad
y el hastío
Las flores exhalaban
calidez y brío

Es domingo,
y es primavera
La alegría de la mañana
desvanece la monotonía
Es la vida que continua
Es la emoción que aflora

Mañana de domingo
Inundada de luz
El silencio es un buen consejero
Y la alegría, fiel compañera

Es domingo,
y es primavera
y los rayos del sol anuncian:
¡que la vida es placentera!.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

NOVEMBRO, CHUVA E OUTRAS PRIMAVERAS


“O silêncio da
alvorada úmida,
atiça minha inspiração”

“Manhã chuvosa
de primavera amorfa
pensamentos molhados
e perfumados de desejos”

“As emoções se derramam
como a chuva fina
deste dia estranho e bucólico”

“Mas sempre haverá esperança
na névoa, na chuva
nas primaveras, insanas
ainda que estranhas.”

“Doce novembro
doce primavera
apesar da chuva, apesar do vento
apesar do tempo”

“A vida renova-se
a cada momento
fragmentos, lampejos
de felicidade”

terça-feira, 15 de novembro de 2011

PEQUENO DICIONÁRIO ÍNTIMO

DILIGÊNCIA

Interesse ou cuidado aplicado na execução de uma tarefa, zelo. Urgência ou presteza em fazer alguma coisa. Medida necessária para alcançar um fim, providência.
A diligência é contraria da preguiça. A origem da palavra “DILIGÊNCIA” vem do latim “DILIGERE”, que significa amar, escolher após um estudo atento. O amor dá asas para servir a pessoa amada. A preguiça, fruto do desamor, leva a um desamor ainda maior.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

LA PIEL QUE HABITO O LA METAMORFOSIS DE ALMODÓVAR


Sin lugar a dudas, la nueva película de Pedro Almodóvar: LA PIEL QUE HABITO es un largometraje interesante y muy artístico en detalles técnicos y cinematográficos.
A pesar de gustarme mucho su nueva película, no tengo reparos en decir que es la película menos almodovariana que he visto hasta ahora. Es un drama de suspense, que a veces me remite a Hitchcock, sombrío y misterioso, pero sin abandonar los colores vivos que aparecen, de vez en cuando en el guión del director manchego.
Si la comparamos con sus trabajos anteriores, deducimos que Almodóvar ha sufrido, de cierta forma, una metamorfosis. La comicidad, la violencia y el sexto mezclados con el sub-mundo de las drogas, la prostitución y la homosexualidad que caracterizaron sus cintas anteriores, se ve muy tenue en esta nueva película.
Antonio Banderas hace una actuación soberbia como un cirujano plástico obcecado por una mujer. La idea de un cirujano sombrío que hace experiencias delirantes en materia de trasplantes de piel, nos recuerda al Dr. Phibes, obcecado por la idea de dar vida nuevamente a su querida mujer. El “yo” que habita esa piel es vacío: la piel define, no apenas la apariencia, sino todo lo que somos.
El dolor de una pérdida insuperable, la obsesión, el placer mórbido de la venganza; no hay elemento ya conocido que no vuelva a escena, un tanto transformado, un tanto difuso. Y luego, un mundo de imágenes, espejos, reproducciones. Como si ya no existiéramos a no ser para la imagen, para ser imagen. Aparece un nuevo cuerpo, una nueva identidad. En este aspecto, aparece el Almodóvar de antaño, donde el travesti es una figura recurrente. También en el travesti existe una figura retorcida y difusa, una identidad que no se deja aprehender, ni hombre, ni mujer, ni homosexual propiamente dicho. Una identidad misteriosa, sin nombre, un cuerpo masculino reconstruido según una imagen femenina, ajena a cualquier identidad original.
En conclusión: nunca antes Almodóvar se permitió ser tan sombrío sin abandonar los colores vivos que son su marca registrada.

sábado, 12 de novembro de 2011

PEQUENO DICIONÁRIO ÍNTIMO

SIMPLICIDADE

Ausência de complicação. Qualidade do que é simples, do que não é composto. Comportamento natural e espontâneo, ausência de pretensão. Caráter próprio, não alterado por elementos estranhos.
É a característica mais notável em um ser humano. “O difícil é ser simples”, diz um ditado sábio e antigo. Quando uma pessoa é simples, ela atrai uma elegância natural nas suas maneiras e no seu comportamento.
A simplicidade é uma luz que irradia o melhor da alma humana. O ser humano cuja vida reveste-se de simplicidade, tem uma concepção muito mais apurada do mundo e de tudo o que o rodeia.

O SILÊNCIO E O NADA


Gosto de falar do silêncio
Como se falasse do nada
Gosto de sentir o silêncio
Como sinto a neve
Gosto de ficar calado
Observando a mudança do tempo
A mudança na vida, não me assusta
Ela permeia a minha existência
O silêncio e o nada
Entrelaçam-se numa teia de mistérios
O silêncio ao meu redor
Me inspira e me acalma
Não posso falar do silêncio
Sem sentir a calma e o nada
Não posso falar do silêncio
Sem descrever as palavras
Sem sentir na alma
O fluxo imperecível da existência.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

HAIKAI DE PRIMAVERA (II)

“Noche de noviembre
Náufrago soy
en un mar de estrellas
entre sueños y quimeras”

“Mañanas frías
Caliginoso sol de mediodía
Es noviembre
y es primavera”

“Luna llena de noviembre
Esperanzas
Sentimientos en ebullición
Alegrías y esperas”

“Es noviembre
Y salgo de órbita
sólo para dar un paseo”

“Noviembre de esperas
Alegre primavera
Calidez de ternura sincera”

“Dulce noviembre
Airoso y cálido
Consciencia plena de alegría
Sempiterna primavera”.

domingo, 6 de novembro de 2011

EFEMÉRIDES MUSICAL: PIOTR ILLITCH TCHAIKOVSKY


Un día como hoy, de 1893 fallecía en San Petersburgo (la otrora capital del Imperio Ruso), uno de los compositores más brillantes de la música erudita romántica : P.I.Tchaikovsky.
A pesar de no pertenecer al grupo de los cinco (Mussorsky, Cui, Rimsky Korsacov, Balakirev y Borodin) compositores nacionalistas de ese país, su música fue conocida y admirada por ser tradicionalmente rusa. Sus obras, sin embargo, fueron las más occidentalizadas que la de sus compatriotas. Tchaikovsky mezclaba elementos internacionales con las tradicionales melodías rusas.
Fue compositor de sinfonías, música para ballet, óperas y mucho más.
Es uno de mis compositores favoritos por ser melodiosamente romántico y, por así decirlo, exagerado en el ritmo y en la polifonía.
Mi obra favorita de este compositor (si es que puedo elegir algunas, ya que me encantan todas) es el CONCIERTO PARA PIANO Y ORQUESTA nro. 1, en Sí bemol, Opus 23, compuesta entre los años 1874 y 1876 y cuando fue estrenada, no había sido un suceso. Debieron transcurrir muchos años para que, por fin, se convirtiera en su obra maestra.
No puedo dejar de hablar de la “SUITE ROMEO Y JULIETA”, compuesta en 1869 y retocada en 1880.
Entre sus óperas (fueron diez en total), se destacan “EUGENE ONEGUIN”(1877-1880) y “LA DAMA DE PIQUE”(1890).
También la “MARCHA ESLAVA” , de 1876 merece una atención especial. Sin contar con la famosa OBERTURA 1812, de 1880 para celebrar la victoria del Imperio sobre las tropas Napoleónicas .
Existe una obra de Tchaikovsky que me asombra por su magnificencia y por su pomposidad: LA MARCHA PARA LA CORONACIÓN DE ALEJANDRO III, compuesta en 1883, para el zar del mismo nombre, y que admiraba mucho al compositor.
Sin contar con sus famosas obras de Ballet (CASCANUECES, EL LAGO DE LOS CISNES, LA BELLA DURMIENTE y muchos más ), está la famosa SINFONÍA Nro. 6 “LA PATÉTICA” Opus 74, compuesta en 1893, año de su fallecimiento.
En homenaje a este brillante compositor, mientras escribo este sencillo homenaje, escucho el CONCIERTO PARA PIANO Nro.1, brillantemente ejecutado por la pianista argentina Marta Argerich.
Tchaikovsky falleció con tan sólo 53 años. Su legado a la música erudita romántica internacional es innegable y es un aire fresco para los melómanos, músicos e instrumentistas que tienen la fortuna de amar la música, aquella que te da la sensación de tocar el cielo.

sábado, 5 de novembro de 2011

CONTRADIÇÃO


Alguns dias eu acordo cedo
Outros, acordo tarde
Gosto de ver o sol nascendo
Gosto de ver a lua crescendo
As vezes falo tanto
Até comigo mesmo
As vezes fico calado
Suspirando, sussurrando
Eu gosto de verão
Surpreende-me a primavera
Não gosto de outono
Detesto o inverno
As vezes choro
Mas muitas vezes rio
Sorrio sempre,
Meu olhar é transparente
Meu olhar é macio
Tenho sonhos fantásticos
Tenho pesadelos escuros
Adoro correr sem parar
Mas também me canso
As vezes é melhor caminhar
Gosto de bicicleta
Gosto de chuva
Não gosto de céus nublados
Adoro as manhãs de sol radiante
Eu fico calado
Matutando, sonhando
Eu amo, as vezes eu desgosto
Eu detesto, eu gosto
Adoro ouvir música
Adoro ficar em silencio
O silencio me comove
Um choro me afoga
Eu gosto de todos os animais
Menos de cobra
Eu gosto de emoções
Não controlo as sensações
Eu sou romântico
Eu sou efêmero
Eu ando vivendo como mutante
Eu saboreio uma fruta vermelha
Eu sinto saudades
E as vezes não sinto nada.
Eu sinto o amor
Eu fujo do ódio
Adoro Tchaikosky, Debussy e Brahms
Não gosto de Shostakovich
Eu acho Stravinsky muito estranho
Eu sonho com Eric Satie
Eu adoro música pop
Mas prefiro à erudita
Eu gosto de escrever poesias
Eu gosto de ouvir sinfonias
Eu adoro os sábados da minha vida
Eu adoro dormir ao menos
de noite e de dia
Eu sou um homem, as vezes um bicho
Eu sou filho de Deus
Eu estou acompanhado sempre
Mas as vezes prefiro ficar só
Me chamam de “Ser Humano”
Sou um torrente de emoção
Por que não sentir esta CONTRADIÇÃO?

EL SUEÑO DE PERSEO


"Hacía muchos años que Tony había estado en Río. Pero la sensación que tenía era como si estuviera por primera vez. A medida que Mina iba mostrándole el panorama de la entrada de la ciudad, Tony iba deleitándose paso a paso con todo lo que veía. Pasaron por la zona portuaria llena de depósitos y almacenes, todo tan igual a cualquier puerto del mundo. Después tomaron el viaducto de la perimetral y Tony vio el puente Río-Niteroi que cruza la bahía de Guanabara. Entraron en el centro antiguo y llegaron al aterro do Flamengo, el aeropuerto Santos Dumont y finalmente pudieron apreciar la magnifica vista del Pan de Açucar que parecía adquirir magnificencia en esa mañana soleada. Entraron por la avenida Rui Barbosa y llegaron a Botafogo. Numerosas personas invadían las playas, el colorido era fascinante. Eddy y Tony apreciaban todo el paisaje y escuchaban atentamente a Mina que fiel a su papel de anfitriona, detallaba todo lo que tenía delante.
Cruzaron un túnel y entraron en la avenida Princesa Isabel. Ya estaban en Copacabana. Tony sintió que estaban en otra ciudad. Sintió la brisa marina. El cielo azul y el inmenso mar con sus olas espumosas aparecieron delante de ellos como por encanto. Mina cogió la avenida Atlántica, la avenida de la costa y siguió hasta Ipanema. Todas las playas estaban a tope como si fuera la temporada veraniega. El calor era insoportable".
O
(TEXTO EXTRAÍDO DE "EL SUEÑO DE PERSEO" - CAP.XI "RIO DE JANEIRO")

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

OLHAR DE BICHO BRANCO


Abro os olhos e vejo
um olhar de um bicho branco
Povoado de mistérios
Povoado de encanto

Os olhos brandos
No meio de um peludo branco,
qual suave veludo
Transbordam de branca paciência,
Desdobram-se de esperanças.

O olhar do meu bicho branco
É tão transparente como o céu
É penetrante como a ternura,
a lealdade, a formosura.

Guardo no coração
Este pequeno traço de emoção
Este olhar cheio de admiração
Este pedacinho de amor


Vejo os olhos do meu bicho branco
Silencioso de candura, pedacinho de sol
Um olhar cheio de mistério canino
Um olhar de infinito amor

Olhar brando
do meu bicho branco
Neve derretida
de ternura e encanto.

PEQUENO DICIONÁRIO ÍNTIMO


ARTE

“Arejamento da linguagem”. A arte expressa o que mais há de revolucionário em todos os seus aspectos. Costumamos colocar a cada coisa uma função. A arte tem como propósito “mudar” essa função da linguagem e modificar nossa visão sobre muitos aspectos como a vida, a natureza e a criação.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

EL REVOLUCIONARIO QUE AMABA BRAHMS




Recientemente fue lanzado en CD, por la Filarmónica de Berlín, regida por Simon Rattle, “la Quinta Sinfonía de Brahms” en una versión de Arnold Shoemberg, quien lo recompuso 70 años después del original del compositor, datado en 1861.
Se trata de un Cuarteto para piano y cuerdas, Opus 25. Lo que sorprendió a sus contemporáneos (y particularmente a Shoemberg) fue la manera libre con que Brahms trabaja los fundamentos de lo que se consideraba “música gitana”: las alternancias entre lo melancólico y las exuberantes danzas, entre el rápido y vertiginoso virtuosismo y los lentos nostálgicos.
¿Cómo un revolucionario del Siglo XX como Arnold Shoemberg hizo esto? Porque amaba Brahms y particularmente esta obra, y porque pensaba que el cuarteto sufría de un problema estructural. Ya es difícil combinar con sabiduría y buenos resultados, los timbres de las cuerdas con el del piano. Las cosas empeoraban – decía Shoemberg- cuando a era el pianista que lo ejecutaba era muy bueno. En ese momento es que la obra se desequilibra definitivamente. Entonces, Shoemberg la orquestó para eliminar ese desequilibrio estructural.
El resultado fue el reencuentro de la “Quinta Sinfonía” de Brahms, que ahora recibe la maravillosa interpretación de la Filarmónica de Berlín.
Aparte del imponente “Allegro inicial” y del intenso “intermezzo”, el “Andante con moto” gana aires mahlerianos, y el “rondo alla zingarese” se convierte en danza húngara.
El CD todavía incluye una obra de Shoemberg : El acompañamiento para una escena cinematográfica Opus 34.
Un triunfo, un CD que consigue un equilibrio exacto entre lo conocido y lo desconocido, entre lo antiguo y lo nuevo.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

DULCE NOVIEMBRE


Dulce noviembre
Dicen que eres airoso y cálido
Dicen que apenas llegas
Para volver a irte deprisa
Porque anuncias que el año
está por terminar,
Que , una vez más pasará,
y jamás volverá.

Dulce noviembre
Noviembre de perfumes y flores,
De azahares primaverales,
de expectantes mañanas,
e innumerables proyectos de vida.

Noviembre, dulce noviembre
De esperas, de esperanzas
De brisa suave, de frescores
De amaneceres, de ocasos
y quimeras.

Dulce noviembre
Dicen que eres airoso y cálido
Yo te quiero aprovechar
Lo máximo de tus días,
de tus amaneceres,
de tus primaveras,
de lo mejor de nuestra vidas.