domingo, 30 de junho de 2013

DOMINGO DE INVERNO


Ontem calor

Hoje frio

Isso se repete a cada ano

É o inverno paulistano.

 

A névoa cobre a cidade

O silêncio impera

A inspiração corre solta

É tempo de espera.

 

Inverno e solidão

Frio e meditação

O sol escondeu-se

No breve espaço da emoção.

 

Domingo de inverno,

a cidade adormecida

procura, lentamente

acordar fortalecida.

ENTRE NIEBLAS Y SILENCIO


Al despertar bien temprano en este domingo de invierno, observé una densa niebla que cubría toda la ciudad. La ciudad se desperezaba lentamente ajustando su posición en medio del paisaje invernal.

Hoy es fin de mes, el último día de junio y la vida transcurre en un vaivén de emociones sueltas y de trajines cotidianos. Pero hoy, todo es niebla y silencio.

La tenue lluvia fría que cae sobre los tejados de las casas, los edificios y el asfalto, parece obligarme a meditar. Atrás quedaron las innumerables manifestaciones populares de junio; atrás quedaron la cacofonía y la incertidumbre, las dudas y las lágrimas. Ahora, sólo importa el devenir. Y observo el futuro como esta lluvia invernal que todo lo transforma y todo lo limpia.

En medio de la niebla y el silencio de este domingo invernal, sonrío feliz. Es el maravilloso milagro de estar vivo.

sábado, 29 de junho de 2013

DIÁLOGO ENTRE AMIGOS : NOTICIAS DE JUNHO


BREVE EMAIL DO TINNY PARA DUDA

 

Prezado amigo:

Você não imagina a efervescência político-social em que o país se encontra. Isso é como uma brisa fresca de esperança. O povo acordou e disse: CHEGA...Chega de corrupção, chega de discursos estéreis, chega de aumentos desmedidos, chega de ter uma vida caótica em que temos o poder mas não sabemos o que fazem dele para nos. Em fim, meu querido amigo, apesar da alegria que nos provoca a Seleção Brasileira, as manifestações de Junho já ficaram para historia do País como um grande: ACORDA BRASIL...Isso é promissor. Pena que você não está aqui para ver...Volta logo meu amigo...temos muito que celebrar.

Abraços

Tinny

PEQUENO DICIONÁRIO ÍNTIMO


ARTE


É uma atividade humana indispensável, mas que não deve se dobrar a nenhum projeto político.

UNA MIRADA DE FE


EL AGUA Y LA GRIETA: LA TIBIEZA


La figura del agua que transcurre lentamente entre la roca y provoca grietas que con el tiempo destruye todo a su alrededor es un buen ejemplo para explicar la tibieza. Ésta es una enfermedad del amor que afecta la inteligencia y la voluntad y deja al cristiano sin fuerza apostólica y con una interioridad triste y empobrecida.

La tibieza es aquel estado en que vamos posponiendo todas nuestras obligaciones de piedad. Cuando nos dejamos llevar por la pereza (que es la verdadera causa de la tristeza interior) y así, el agua del desinterés, del bochorno, del entumecimiento de la voluntad, va tomando cuerpo en nuestro interior hasta que nos damos cuenta de que ya no necesitamos más comunicarnos con lo divino. La tibieza también trae consigo el egoísmo y la soberbia cuyo discurso es: todo lo puedo sólo, sin ayuda de Dios.

La tibieza comienza por una voluntad debilitada, a causa de frecuente faltas y dejaciones culpables, entonces la inteligencia no ve con claridad a Cristo en el horizonte de su vida, queda lejano por tanto descuido en detalles de amor. La vida interior va sufriendo un cambio profundo: ya no tiene como centro a Jesucristo, las prácticas de piedad quedan vacías de contenido, sin alma y sin amor. Se hacen por rutina o costumbre, no por amor.

Una característica del alma enamorada es la alegría. Pues bien, la tibieza hace perder la alegría y la prontitud en lo que a Dios se refiere.

Santo Tomás de Aquino señala como característica de este estado “una cierta tristeza, por la que el hombre se vuelve tardo para realizar actos espirituales a causa del esfuerzo que comportan”. Las normas de piedad y de devoción son entonces una carga mal soportada que un motor empuja y ayuda a vencer las dificultades.

A veces un cansancio o una enfermedad provocan aridez espiritual. No debemos confundirlos con la tibieza, pues en esos casos, a pesar de la sequedad, la voluntad está firme.

Es importante recalcar que, en presencia de Dios, la verdadera piedad no es cuestión de sentimiento, aunque los afectos sensibles son buenos y pueden ser de gran ayuda en la oración, y en toda la vida interior, porque son parte importante de la naturaleza humana, tal como Dios la creó. Pero no deben ocupar el primer lugar en la piedad: no son parte principal de nuestras relaciones con el Señor. El sentimiento es ayuda y nada más, porque la esencia de la piedad no es el sentimiento, sino la voluntad decidida de servir a Dios, con independencia de los estados de ánimo, ¡tan cambiantes!, y de cualquier otra circunstancia.

Pidamos al Señor que nos aleje siempre del estado de tibieza espiritual que es el agua que destruye la roca firme de la fe.

sexta-feira, 28 de junho de 2013

REFLEXÕES DO COTIDIANO


INVERNO QUENTE

“As manifestações de Junho”

Tudo começou quando as tarifas do transporte público sofreram aumento na primeira segunda-feira de junho. O que parecia ser mais um aumento suportado pela população, estourou em manifestações populares uma semana após. Ninguém poderia imaginar o que aconteceria. Todos nos sabemos – e vivemos – o clima nas ruas nas principais cidades do país. “A revolução do vinagre” fez com que a velha maquinaria do Estado, enferrujada pela corrupção e pela burocracia escandalosa, começasse a se mover em forma assustadora.

A Presidente deseja um plebiscito para chamar uma Constituinte para fazer a reforma política. Grande bobagem. A Constituição só tem 25 anos e a reforma política é atribuição do Congresso. Alias, soubemos que a Câmara de Deputados tem o projeto – engavetado – há um bom tempo. Então, para que mexer na Constituição? A reforma política poderá sim ser consultada à população, mas sem passar por um constituinte. O “establishment” jurídico se manifestou contra, e o governo recuou.

Dá a sensação de que a Presidente Dilma só quer ganhar tempo ou, o que é pior, o governo federal está no “ar”, não sabe o que fazer. Também, ninguém esperava que o povo fosse às ruas e impregnar com seu grito de protesto, assustasse a classe política brasileira.

Hoje a pergunta é: Plebiscito ou Referendo? Minha opinião esta a favor do referendo. Que o Congresso Nacional aprove a reforma política e que os eleitores, em referendo, aceitem ou não os termos dela.

Ao escrever esta crônica, soube que os parlamentares pensam em cancelar o recesso de julho porque “ a nação espera soluções urgentes na aprovação de inúmeras leis pendentes”. Ótimo saber, mas como diria qualquer cidadão nas ruas : “Não faz mais do que a obrigação”.

PEQUENO DICIONÁRIO ÍNTIMO


VIDA (III)


A vida pertence ao SER. O ser que ESTA num breve lapso de eternidade através de uma energia vital que o situa numa tênue fronteira entre o “ser e o não ser”.

quarta-feira, 26 de junho de 2013

REFLEXÕES DO COTIDIANO III


A CLASSE POLITICA NA BERLINDA


Não há duvidas de que as manifestações de junho já entraram para a história brasileira como as primeiras que estão definindo uma mudança na política e na sociedade do país.
O clamor dos cidadãos deu recado ao governo federal de que tinha que haver mudanças já. A Presidente Dilma Rousseff convocou os governadores, prefeitos e os lideres do Congresso Nacional afirmando o seu desejo de convocar um plebiscito para uma Constituinte exclusiva da reforma política. O “establishment político brasileiro” se manifestou contra uma Constituinte e o Executivo teve que recuar. Por outro lado, no Congresso, os deputados e senadores anunciaram os seus desejos de aprovar leis populares que aceitem a demanda nacional sobre saúde, educação ,transporte público e muito mais..A oposição fez o mesmo. Em fim, toda esta bagunça demonstra o despreparo da Presidente e como os Poderes do Estado estão no ar. A Presidente aceita, então um plebiscito para a reforma política. Isto quer dizer que ela quer compartilhar essa tarefa com o povo, tirando assim a responsabilidade do Legislativo que tem fama de adiar todos os projetos que se referem ao tema. Isso é bom por um lado, mas pode fortalecer demais o Poder Executivo contra o Legislativo. De qualquer forma, “a toque de caixa” ontem a Câmara de Deputados derrubou a famosa PEC 37, um dos clamores das manifestações dos últimos dias, provando assim que, o Congresso , quando acuado, é capaz de “fazer as coisas como devem ser”, pelo menos a minha impressão é isso. Inclusive o Presidente do Senado, Renan Calheiros disse que o recesso de inverno estava suspenso. Isso nunca acontecera antes.

O “Establisment”, ou seja a classe política está na berlinda e é exigida para fazer a reforma política e muitas outras que os eleitores demandam e que já não querem mais esperar. A paciência esgotou-se e parece que o grito de “chega” não acabará tão rapidamente.

De qualquer forma, a democracia brasileira está esgotada, no sentido positivo. Ela tem que procurar um mecanismo que facilite o canal de comunicação entre os eleitores e os eleitos, já que os partidos políticos estão muito desprestigiados e não é por acaso. Mas a democracia não pode deixar de ser representativa. Concordo com os juristas que não pode se mexer no “vespeiro” que é modificar a Constituição Nacional de 1988 - que alias só tem 25 anos de existência – senão promover a reforma política desde âmbito já previsto na Constituição Federal que é o Congresso Nacional.

domingo, 23 de junho de 2013

NOITE DE SÃO JOÃO


De repente,  o suave silencio da noite de domingo fora interrompido por um alvoroço. Da janela da sala, pude ver fogos de artifício que brilhavam entre o céu nublado do inverno. Aquilo me surpreendeu. Não era dia de jogo da Seleção brasileira, nem ano novo e então, lembrei-me que era noite de São João.

Do prédio ao lado ouvia-se uma festa de arraial e a música que chegou aos meus ouvidos era bem conhecida e dizia : “fagulhas,fantasias, agulhas, brilham estrelas de São João; babados, chotís e chachados, segura as pontas, meu coração”, e por ai vai. A alegria era geral. Lembrou-me à minha infância e aquelas deliciosas festas de junho.

A fogueira de São João traz, além de tradição,  um torrente de alegria sem igual.

Pensei, então que essas pequenas coisas davam alegria à vida.

UNA MIRADA DE FE


BREVE ENSAYO SOBRE LA FE


Hablar de lo que se siente y se vive es muy difícil, así como es aún más difícil expresarlo en palabras. Pero hoy tuve la idea de escribir sobre la FE, no aquella de la que tanto se dice, sino de la que se vive.

La fe es un acceso a la luz. Esto es una buena idea, pues con la luz todo queda claro, las cosas cobran otra dimensión y las experiencias de vida nos enseñan que todo tiene su fundamento y su razón de ser. Con la luz encontramos la paz y la paz se conjuga en una serenidad de espirito tan increíble que vale la pena vivirla.

Cierta vez, una escritora había escrito sobre el “estado de gracia” aludiendo a aquél en que la paz de espirito rodea la vida y nos deja como “alelados o aislados” de todo y de todos en medio a una sensación de regocijo infinito. Ese estado de gracia puede ser alcanzado más fácilmente con la fe. La fe en uno mismo, en las cosas buenas y agradables de la vida, en la confianza absoluta de que “todo es para bien” y en tener la convicción de que Dios está dentro de uno mismo y que nunca, nunca nos dará un fardo más pesado del que podamos soportar.

La fe es para vivirla, es lo que los teólogos llaman de “fe viva”, aquella que se traduce en nuestro comportamiento y en nuestra confianza para seguir, no importando los obstáculos que la propia vida nos ofrece. La fe se enlaza con la esperanza. Tener fe y vivir con fe es traducir nuestra vida como un viento de esperanza que todo lo espera, todo lo cree y todo lo conforta. La fe protege nuestro espirito de las asechanzas del pesimismo, de la enfermedad y de la tibieza. La fe nos ayuda a sobreponernos aun de aquellos momentos en que parece que todo está perdido.

Aunque parezca que la estamos pasando mal, no deberíamos preocuparnos en encontrar los motivos por el cual todo está oscuro, todo está confuso y todo está desorganizado en nuestra vida; debemos, sin embargo, otear el horizonte y sentir dentro de nosotros mismos, aquella fortaleza de fe que nos da el impulso de seguir adelante, no importando lo que encontraremos por el camino.

Una vida de fe es también una vida contemplativa. Contemplar a Dios en las manifestaciones más exultantes de la naturaleza; contemplar la presencia del Hacedor Supremo en el corazón de nuestros semejantes y ver aquella luz que siempre brilla en los ojos de sus criaturas. Una vida de fe es una vida llena de alegría, pues la alegría interior, la del espíritu, es la verdadera alegría de la vida.

No cejemos nunca en nuestro empeño de pedir más fe a Dios. En el evangelio, Nuestro Señor curó a un ciego que le había dicho, humildemente: “Señor, yo creo pero aumenta mi fe”. ¡Qué buena jaculatoria para expresarla, con humildad y sin cansancio, todos los días de nuestra vida!.

LA CIUDAD Y EL INVIERNO


Mañana entumecida,

domingo de ensoñación

El silencio y el candor,

rodean este invierno de emoción.

 

Entre nieblas y calma,

la ciudad se despereza

Sólo el ruido de los aviones,

anuncian que ella se despierta.

 

Soledad, efímera compañera,

en esta mañana de domingo invernal

Soledad que te comparas sin piedad,

al vaho lechoso amanecer

de mi ciudad.

sábado, 22 de junho de 2013

HAIKAI DE INVERNO I



Manto de silêncio

Meditação e solidão

Inverno  e mansidão.

 

Noite de lua cheia

Noite de inverno sereno

Sonho eterno.

 

Frio e nuvens

Noites de emoção

Inverno de eterna ilusão.

ALMA, A FILHA DO DESTINO (PARTE IV)


Os dias foram passando entre uma tênue solidão e melancólica visão de futuro. As estações deram lugar aos anos, o inverno passou, as terríveis temporadas de secas deixaram marcas no velho rio Moxotó, como se fossem cicatrizes de sofrimento e tristeza.

Mas, como tudo na natureza, o verão voltou e trouxe chuvas e inundações no sertão. A família Malta também cresceu; especialmente as crianças, especialmente Alma. A menina que tanto amava o barro, voltou a encontrar o tesouro estranho e escuro que a fazia feliz. O barro, ela nunca entendeu ao certo, e talvez ainda era muito menina para entender o quanto gostava dessa terra escura que o rio lhe proporcionava a cada ano. Foi então, aos doze anos, quando a mãe, dona Dadá percebeu que a pele da filha tinha uma textura brilhante e nada incomum. Dadá Malta pensava que era um traço de família.

Então aconteceu algo inesperado e extraordinário. Alma desceu até o leito do rio e começou a se banhar nessa esplendida e calorosa tarde de março. O dia fora exaustivo. Ela ajudara o pai na venda no período da manhã já que era feriado escolar e tinha todo o tempo do mundo, especialmente para tomar banho e se lambuzar nas primeiras lamas do Moxotó.

O sol estava fulgurante. O calor, insuportável. Alma entrou no rio e se debruçou nele com alegria. Fechou os olhos porque os raios do sol dificultavam a  visão. Olhou para o outro lado do rio e pareceu ver uma sombra na beira, uma sombra estranha, como nunca vira antes.

Foi então que percebeu que tinha um homem muito velho  olhando para o infinito e parecia tão absorto  que não percebera a presença dela.

A curiosidade de Alma, no entanto aumentava a cada momento. Até que começou a nadar rapidamente em direção ao velho, e chegou ao outro lado do rio numa distancia discreta da estranha figura. Sentou-se na areia e olhou para o homem que, desta vez, percebera sua presença, mas, sem emoção, continuou o olhar ao infinito.

Alma levantou-se e caminhou em direção ao homem desconhecido. Ele parecia não vê-la.

- Boa tarde! – disse com voz juvenil.

O homem olhou para ela. Preparou um cachimbo que tirou do bolso da camisa velha que usava. Depois de acende-lo, olhou para ela com olhos misteriosos .

- Boa tarde moça...Gostou do presente que o rio lhe trouxe?

Sua voz era quase gutural, estranha e cheia de mistérios.

- Presente?, que presente?

- O prazer de tomar banho nas águas mornas do Moxotó...Isso é um presente da natureza.

- Sim....gosto muito de me banhar no rio, ele me acalma  e me deixa feliz.

- Parabéns moça...Você entende a natureza...Ela ainda te trará muitas surpresas boas. – disse levantando lentamente. - preciso ir andando, não se esqueça de passar barro em todo o corpo, isso a preparará para o futuro.

Alma viu o homem misterioso desaparecer na trilha que levava até o desvio do caminho da cidade. Ela não entendeu o que ele disse. Tudo parecia muito estranho. De qualquer forma, foi até o lamaçal e lá se entregou com aquela prazerosa atividade tanta satisfação lhe oferecia.

Não percebera que o entardecer chegara. Era o momento de voltar para casa.

PEQUENO DICIONÁRIO ÍNTIMO


INVERNO


Estação do ano em que o sol está mais distante da terra no hemisfério norte (21 de dezembro a 20 de março) e no hemisfério sul (21 de junho a 20 de setembro).

Intimamente para mim, o inverno significa TEMPO DE MEDITAÇÃO E RECOLHIMENTO. Tempo de recolher os pedaços da nossa vida que caíram na beira do caminho e tempo de preparação para a feliz primavera que virá. Tempo de silencio e tranquilidade, tempo de sonhar; de acumular forças para os projetos que estão por vir.

quinta-feira, 20 de junho de 2013

REFLEXÕES DO COTIDIANO


....E CHEGOU A PRIMAVERA!!!


                                                                      

Adiantada, mas chegou. Ontem, o governador de São Paulo Geraldo Alckymin e o Prefeito da cidade Fernando Haddad anunciaram a revogação do aumento nas tarifas do transporte público. Em outras capitais, os dirigentes políticos fizeram o mesmo. Ontem, no Estadio Castelão em Fortaleza, a multidão cantou o hino nacional de forma impressionante. A seleção brasileira derrotou o México e o Brasil “CONSEGUIU CONQUISTAR COM BRAÇOS FORTES”.  En fim, são os sintomas de um novo país. Os cidadãos conseguiram uma grande vitória e perceberam o poder que o povo tem de mudar “ a ordem das coisas” quando estas são contrarias à vontade popular. Nos originais cartazes que vimos nas manifestações certamente a que me chamou a atenção foi uma em particular : “ País rico não é aquele em que os pobres andam de ônibus, é aquele em que os ricos utilizam o transporte público”.
A reflexão está na ordem do dia. A primavera chegou....esqueçam o inverno.

A REVOLUÇÃO DO VINAGRE


Quando começou o mês de junho, ninguém poderia imaginar que este mês seria inesquecível e surpreendente desde todo ponto de vista. No dia 1 do mês, a prefeitura autorizava o aumento de 3 reais para 3,20 da tarifa do transporte público, diga-se ônibus, trens e metrô. O que parecia mais um aumento aceito pelos cidadãos, transformou-se numa onda de protestos e manifestações que, começando em São Paulo – a cidade onde a tarifa do transporte público é a mais cara do país – estendeu-se por todo o Brasil.

E justamente este movimento popular, começando pelo grupo de estudantes PASSE LIVRE, obteve uma grande notoriedade internacional, devido em primeiro lugar, à Copa das Confederações, que o Brasil sedia neste mês. Os holofotes do mundo inteiro já estavam encima do país quando aconteceram estas manifestações. A principio as pessoas se identificaram para protestar contra o aumento desmedido do transporte, mas, lentamente, o foco mudou, todos querem mudança, e os protestos se referem também aos gastos excessivos do governo para a Copa do Mundo, a corrupção e outros assuntos de interesse nacional, a irritação de todo um povo que, cansado de ser expectador, tomou as ruas e gritou.

De tudo o que vi e de tudo o que vivi nestes anos todos de Brasil, posso afirmar que nunca vi uma manifestação tão grande e forte contra um estado de coisas que não dá mais para aguentar. O transporte público é um horror, o preço não condiz com o serviço que oferecem aos passageiros, os impostos são leoninos e exigem uma carga tributaria tão alta que os brasileiros necessitam trabalhar até o mês de maio para pagá-los. A corrupção nas instituições publicas são notórias, os processos judiciários contra personagens públicos são um escândalo, a policia totalmente despreparada para enfrentar manifestações ( vide o que aconteceu em são Paulo na quinta feira 13 de junho), provocando violência, feridos e até atacando jornalistas que estavam no lugar exercendo a sua profissão. Em fim, os questionamentos são muitos e a população sai às ruas para dar um recado.

As noticias internacionais falam de A REVOLUÇÃO DO VINAGRE, destacando que muitos jornalistas e estudantes foram presos pela policia por transportar vinagres nas mochilas, já que o vinagre é o único liquido que diminui os efeitos das bombas de gás de efeito moral.

Na segunda semana, quando a Copa das Confederações estava em pleno andamento, as manifestações aumentaram. Em todas as capitais, incluindo a Capital Federal Brasília, onde os manifestantes invadiram o teto do Congresso Nacional, até o Rio de Janeiro, onde uma multidão enfurecida tentou botar fogo no centenário prédio do Palácio Tiradentes (que fora sede do Congresso Nacional quando o Rio era a capital do País) e hoje, sede da Assembleia Legislativa do Rio, os protestos foram considerados muito positivos porque , apesar de alguns casos de vandalismo ao patrimônio publico, coloca uma discussão sobre os grandes problemas nacionais.

Esta onda de manifestações populares já é considerada a maior desde os anos noventa quando a população saiu  às ruas pedindo o impeachment do Presidente Collor.

Parece ser um movimento que veio para ficar. Agora, ninguém poderá dizer que o brasileiro é pacifico e que este é o país do futebol e do carnaval. Este é um país de cidadão que trabalha duro para pagar impostos altos, brasileiro que não podem se sentir orgulhosos de um país que dá as costas às necessidades mínimas a que ele tem direito.

Ao publicar esta crônica, soube que o governo do estado e a prefeitura de São Paulo revogou o aumento das passagens do transporte público, voltando à tarifa inicial de 3 reais. Certamente, uma vitória dos cidadãos deste país.

sexta-feira, 14 de junho de 2013

CARTAS DE AMOR ( A RESPOSTA)


(RESPOSTA DE ANGUS MAC MILLAN À SUA AMADA FLORENCE DESDE NOVA DELHI, INDIA)



Delhi, India, 10 de maio de 1897.-

 

Amada Florence :


Já estou aprontando as malas para viajar para Londres. Amanhã bem cedo partimos para Bombay em trem, e no dia 15, viajaremos no navio “PRINCE ALBERT”, em direção à casa. A expectativa é chegarmos no dia 12 de junho, ou seja dez dias antes do desfile. Consegui três dias de licença para te ver e só viajarei para Escócia rever à família. Os meus pais entenderam que não podia ficar mais tempo longe de você, meu querido e doce amor.

A viajem já esta quase pronta e, quando receber esta carta, estarei pensando em você em algum lugar do mediterrâneo. Te mandarei um cabograma desde Gibraltar.

Me aguarde, meu doce amor. Logo, logo estaremos juntos.

Um beijo apaixonado

 

ANGUS

CARTAS DE AMOR


(CARTA  DE LADY FLORENCE STANLEY AO SEU AMADO, O MAJOR ANGUS MAC MILLAN DESDE LONDRES )

 

Londres,  17 de fevereiro de 1897.-

 

Meu muito querido Angus:

 

Adorei a sua carta e o desenho que você me mandou na ultima carta. Coloquei-o na cabeceira da cama para me lembrar-me todos os momentos de que tenho um grande amor no outro lado do mundo.

Meu amor, não vejo a hora de rever você no verão. E que alegria saber que todo o regimento estará em Londres para o jubileu da nossa amada rainha Vitória. Que sorte temos de tê-la como rainha durante sessenta longos anos e que festa estão preparando em todo o Império Britânico!.

O inverno esta sendo cruel. Às nevascas não param e papai teve que ficar em Tatton Park o resto da temporada. Mas, esperarei ansiosa pela primavera, porque logo, logo, você virá e me fará mais feliz do que já sou..bem, se isso for possível.

Amo-te, meu amor

Sua sempre,

Florence.

DIÁLOGO ENTRE AMIGOS : "ENTRE FULECOS E CAFUSAS"


Fuleco é o nome da mascote – o Tatu Bola – da Copa do Mundo do Brasil 2014, e o Cafusa é o nome da bola da mesma competição. Provavelmente serão nomes muito conhecidos no mundo todo no ano de graça futebolístico brasileiro de 2014.

Tinny e Duda chegaram ao mesmo tempo no famoso bistrô “PAIN DE FRANCE” na Avenida Paulista. O tempo estava bem nublado, com um frescor (até agradável) do outono paulistano.

TINNY: Olá, meu amigo, bom rever você.

DUDA: Oi Tinny...Saudades!

TINNY: Lá tem uma mesa. A estas horas o bistrô esta cheio.

DUDA: Sim, a Paulista nunca para.

Os dois amigos sentaram-se. Duda pediu um capuccino com uma torta de maçã. Tinny, um chá inglês fumegante e um brioche.

DUDA: Bem,Tinny, não nos encontramos desde a páscoa e, tantas coisas aconteceram.

TINNY: Pois é. Após a eleição do novo Papa, a crise econômica na Europa, da violência urbana e a proximidade da Copa das Confederações, temos muito do que falar.

DUDA: Pois é. O que acha do Papa Francisco e a sua vinda pro Rio em julho?

TINNY: Acho que – dentro do possível – é um Papa com chances de reformar ( ainda que em parte) a Igreja. Digamos, em matéria financeira, corrupção do clero, e mais. Em outros aspectos, acho ele bem conservador. Mas, quando se fala em conservadorismo devemos admitir que a Igreja, dificilmente mudará o rumo de algumas questões como o uso do preservativo, divorcio, aborto. Não está no cronograma de desejos de nenhum pontífice, não só no de Francisco. A Jornada Mundial da Juventude será a chance do Papa de se apresentar aos jovens é ao mundo.

DUDA: E a crise econômica na Europa? Alguém sabe quanto durará?

TINNY: Ninguém sabe. Em 2009 diziam que duraria cinco anos. Na Espanha já se fala de dez anos ou mais. Tudo isso é preocupante porque pode atingir o Brasil. O governo da Dilma está fazendo de tudo para conter a inflação, mas o que vemos é uma ameaça real de crise no país. Isso provoca susto em todos.

DUDA: É a violência em Sampa? Também é preocupante, não é?

TINNY: Sim, este ano esta chegando a proporções alarmantes e a ineficácia do governo é impressionante. Mas, acho que a discussão da maioridade penal é oportuna, se bem os problemas não serão resolvidos só com isso. Não há projetos federais nem estaduais para evitar que jovens adolescentes deixem a escola e partam para a delinquência. Enquanto isso, cidadãos honestos são assassinados nas ruas, bares, restaurantes. Não sei aonde vamos chegar.

Mas como tudo tem que acabar em festa, já estamos às portas da Copa das Confederações. Serão duas semanas de festa; um prelúdio do que será a Copa do Mundo. Ou seja, a política e “pão e circo” como diziam os romanos quando eram um império.

Falando nisso Duda, você tem gostado da Seleção Brasileira?

DUDA: Nada!! Não acho que iremos fazer um bom papel, e você?

TINNY: Sou otimista. Acho que o Brasil pode ganhar a Copa do Mundo ( se bem acho improvável que ganhe a Copa das Confederações), mas parece que o técnico Luis Felipe Scolari esta encontrando a equipe; agora é treinar e jogar bola. Sei que a Seleção não é mais a que era, mas o Brasil ainda é o Brasil.

DUDA: Tomara.... 

De repente ouvimos um barulho que vinha da avenida. Vimos um grupo de manifestantes, todos jovens, em protesto, gritando palavras contra a polícia.

DUDA: O que é isso?

TINNY: Um grupo de estudantes protestando contra o aumento das tarifas dos transportes públicos. Já provocaram grande alvoroço na semana passada.

DUDA: Ah, juventude idealista!

TINNY: Sim, suponho que ser jovem é ser idealista...significa acreditar..

DUDA: Você ainda acredita Tinny?, digo, em mudanças?

TINNY: Sempre...acredito sempre, até o fim.

Os dois amigos estiveram em silencio por uns minutos. Continuaram a conversa em forma agradável entre risos e caretas. O barulho da rua foi diminuindo aos poucos. O cheiro de café continuava no ar e o ambiente de amizade fazia do encontro um momento prazeroso e inesquecível.

quinta-feira, 13 de junho de 2013

REFLEXÕES DO COTIDIANO


Certamente os estudantes do movimento PASSE LIVRE tem todo o direito de protestar contra o abuso do aumento das passagens do transporte publico em São Paulo, que realmente é um absurdo. Se paga caro por um serviço que não está de acordo com o preço. Isso é fato. Mas as imagens que vimos da depredação da avenida paulista e o caos no trânsito que já é caótico na cidade, isso está errado e ninguem merece passar por todo esse desconforto.

HAIKAI DE OUTONO (III)


Umidade e vento estranho

Neblina e nostalgia

É o outono paulistano.

 

Outono, solidão,

Sensação de

renovação.

 

Dias nublados

Noites frias

É o outono que

se distancia.

 

A espera do inverno

Provoca um

sereno recolhimento.

 

Às folhas caem

O outono se despede

numa sensação de eternidade.

terça-feira, 11 de junho de 2013

PEQUENO DICIONÁRIO ÍNTIMO


MEMÓRIA


Interessante retalho de vivências e afetos humanos que compõem a historia de cada homem como parte importante do universo.

LA MAÑANA DE CADA DÍA


El resplandor del astro rey en la incipiente mañana de fines de otoño, es un regalo para los ojos antes de empezar la jornada matutina.

Me hizo recordar una frase que había leído hace mucho tiempo:

“NATURA SIMPLICIBUS GAUDET” (La naturaleza se complace en lo sencillo)

sábado, 8 de junho de 2013

THE TROOPING THE COLOUR


Trooping the Colour is a ceremony performed by regiments of the British and Commonwealth  armies. It has been a tradition of British infantry regiments since the 17th century, although the roots go back much earlier. On battlefields, a regiment's colours, or flags, were used as rallying points. Consequently, regiments would have their ensigns slowly march with their colours between the soldiers' ranks to enable soldiers to recognise their regiments' colours.

Since 1748 Trooping the Colour has also marked the official birthday of the British sovereign. It is held in London annually on a Saturday in June] on Horse Guards Parade by St. James's Park, and coincides with the publication of the Birthday Honours List. Among the audience are the Royal Family, invited guests, ticketholders and the general public. The colourful ceremony, also known as "The Queen's Birthday Parade", is broadcast live by the BBC.

The Queen travels down The Mall from Buckingham Palace in a royal procession with a sovereign's escort of Household Cavalry (mounted troops or horse guards). After receiving a royal salute, she inspects her troops of the Household Division, both foot guards and horse guards, and the King's Troop, Royal Horse Artillery. Each year, one of the foot-guards regiments is selected to troop its colour through the ranks of guards. Then the entire Household Division assembly conducts a march past the Queen, who receives a salute from the saluting base. Parading with its guns, the King's Troop takes precedence as the mounted troops perform a walk-march and trot-past.

The music is provided by the massed bands of the foot guards and the mounted bands of the Household Cavalry, together with a Corps of Drums, and occasionally pipers, totalling approximately 400 musicians.

Returning to Buckingham Palace, the Queen watches a further march-past from outside the gates. Following a 41-gun salute by the King's Troop in Green Park, she leads the Royal Family on to the palace balcony for a Royal Air Force flypast.

quarta-feira, 5 de junho de 2013

LUA NOVA EM JUNHO


Na manhã fria de outono, quando a cidade ainda encontra-se sumida no sonho e na letargia, aparece em meio às nuvens, a lua plácida e serena de junho. É a lua nova, que não tem a fama da lua cheia, porém oferece o seu mistério e a sua discreta beleza aos afortunados mortais que a contemplam e admiram.

O romantismo e o mistério fazem parte da sua natureza, como fazem parte da própria essência humana.

CARTAS DE AMOR


(RESPOSTA DE TATIANA PETROVNA AO SEU AMADO PEDRO ALEXANDROVICH DESDE CANNES, FRANÇA)

 
 
Cannes, 15 de junho de 1913.-


Meu amado Pedro: 

Sua carta me deixou tão feliz que apenas terminei de Lê-la, corri para o jardim e anunciei à família sobre a sua vinda. Papai e mamãe estavam tomando o chá com Monsieur Vincent. Todos ficaram felizes com a noticia.

Os dias tem sido um tanto quentes e agradáveis. Acompanhamos pelos jornais russos, todas as noticias das celebrações do tricentenário dos Romanov. Não vejo a hora de voltar para casa e juntos, participarmos dos eventos em setembro.

Espero-te, meu amado, com muita ansiedade. Você sabe o quanto te amo e o quanto a minha vida mudou desde que te conheci.

Esperarei por você na estação. Viaja com Deus, meu amado e, em poucos dias, estaremos juntos.

Tua sempre,

 

Tatiana P.

PEQUENO DICIONÁRIO ÍNTIMO


ALEGRIA


Contentamento da alma. Explosão de prazer. Caleidoscópio de energia vital.

terça-feira, 4 de junho de 2013

CARTAS DE AMOR


(CARTA DO CAPITÃO DO II REGIMENTO IMPERIAL RUSO, PEDRO ALEXANDROVICH À SUA AMADA TATIANA PETROVNA DESDE SÃO PETERSBURGO)

 

São Petersburgo, 3 de junho de 1913.

 

Minha amada Tatiana:

 

Estou com tanta vontade de te ver, minha amada, que resolvi ir te encontrar em Cannes daqui a duas semanas. Queria te fazer uma visita surpresa, mas é melhor você já saber.

Como vai minha adorada? Por aqui, estivemos muito ocupados durante a semana porque o nosso regimento foi designado para fazer a escolta do Imperador e de sua família na sua visita à Catedral, como parte das celebrações do Tricentenário da dinastia.

De todos modos, por ora, os eventos acabaram em Pety (St.Petersburgo), pois a família imperial pegou o navio e partiu para o norte. Depois de Moscou, as celebrações voltarão à capital (em setembro), e então, aproveitaremos todos esses momentos singulares juntos.

Um abraço afetuoso aos seus pais e ao seu irmão Yuri. Não vejo a hora de me reunir com vocês.

Te amo, por sempre minha amada.

Seu sempre

 

Pedro Alexandrovich

LA DANZA DE LAS ESTACIONES


Hoy, por primera vez me di cuenta que la luz solar del mediodía inundaba tenuemente mi vida. Y es que la luz diurna de esta época (postrimerías del otoño), tiene características peculiares que sobrepasan nuestro asombro.

La luz invernal es casi transparente, ella no tiene la rabiosa fulguración del verano, ni la brillantez de la primavera; ella es efímera y suave, calma y casi mística. En verano, el sol radiante se sitúa más vertical sobre la tierra emitiendo su luminosidad en forma más directa.

En invierno, esa luz parece más inclinada y serena, proporcionándonos un deleite inenarrable.

A todo ello, se le suma un suave viento fresco que da la sensación de una primitiva libertad.

segunda-feira, 3 de junho de 2013

REMINISCENCIAS KEATSIANAS II


En principio fue la vida

Y la vida era plácida y tranquila,

y la vida me proporcionaba alegría.

Después, vino la juventud

y con ella el amor,

no un amor cualquiera,

pues cualquiera no puede ser amor

Hablo del amor verdadero:

Aquel que penetra en las membranas

más finas del corazón.

Y la vida se hizo más colorida

Y cambió de tono a mi existencia

Y el amor se hizo presente,

con todo su esplendor exuberante

Y después, el amor se fue

Como todo en la vida que fenece

Que suave y tranquilo desaparece

Y entonces, te busqué en mis sueños,

en mi soledad, en mis noches de llanto,

en mis recuerdos de antaño,

en los amaneceres de cada año

Y entonces, has venido

para volver a darme alegría,

para recordarme que, siempre, siempre

Con el amor, renace la vida.