sábado, 16 de novembro de 2013

ALMA, A FILHA DO DESTINO (CAP.II PARTE II)


A celebração do segundo aniversario do novo nome da cidade, aconteceu no dia 25 de março de 1945. Às noticias da Europa eram alentadoras. Pelo velho radio da sala, Rubião Rocha ouvia as noticias da guerra. Os aliados libertaram Paris no ano passado e avançavam em direção à Alemanha onde Hitler tinha concentrado as exíguas forças do seu exercito. Os ingleses, franceses, americanos e soviéticos, avançavam sobre Berlim e era só questão de semanas para que terminara a segunda grande guerra.

Em Inajá, a guerra não trouxera consequências importantes. Exceto pela produção de cana de açúcar que no Estado que diminuiu ao longo dos anos, mas a vida das pessoas não mudou muito.

A pequena Vila do Espírito Santo tinha se transformado no município de Inajá em 1943 graças ao contato que o Coronel Bezerra tinha com o então governo estadual de Pernambuco.

E, como prefeito, Damásio Bezerra organizou uma festa na pequena cidade. Ele contratou uma banda folclórica de Recife, um pequeno circo da cidade vizinha de Arcoverde e um teatro de rua da capital.

Uma Quermesse se instalou na praça principal frente à Igreja do Espírito Santo, a matriz da nova cidade.

A medida que se aproximava a data da festa, alguns visitantes chegavam a Inajá, entre eles, a família Tristão.

Desde que se encontrara com Alma naquela tarde a beira do rio, Guto Tristão não teve mais oportunidade de revê-la a sós. Exceto algumas visitas feitas ao velho Malta em que vira a menina furtivamente, não trocou uma palavra mais com ela.

Augusto convidara os pais e a irmã para conhecer a cidade no final de semana, que coincidia com a festa. Toda a família chegou à cidade na tarde de sexta feira. O único hotel da cidade ficara lotado de visitantes, incluindo toda a família do doutor Augusto.

A Quermesse foi inaugurada oficialmente na noite de sexta feira, porem, só os irmãos de Alma compareceram.  Ela preferiu ficar em casa, pois estava com dor de cabeça e queria se preparar só para o dia seguinte.

No sábado de manhã, às 11hs, uma Missa solene deu inicio às celebrações em Inajá. Os Rocha estavam presentes e também os Tristão. Durante a cerimônia, o doutor Augusto não tirava os olhos de Alma, que em algumas ocasiões retribuiu o olhar em forma tímida e algo nervosa.

Na saída da Igreja, Augusto apresentou os pais e a irmã para o seu Rubião e para a dona Dadá Rocha. Clemencia Tristão observou muito bem a menina tímida e bonita que estava na sua frente. Percebeu os olhares do irmão para com ela, e considerou que a moça era não só bonita, mas também tinha um ar angelical. Gostou dela no primeiro instante em que a viu.

Num momento, conseguiu afasta-la da mãe e teve uma breve conversa com a moça.

- Alma, é um lindo nome – disse Clemencia sorrindo – e você é muito bonita.

- Obrigada, a senhorita é muito gentil.

- Só falo a verdade. Você é daqui mesmo, digo, de Inajá?

- Sim, nasci aqui.

- Pois o meu irmão parece gostar muito da cidade, e também da sua família.

- Graças a ele, o meu avô melhorou muito. Ele estava internado em Recife e o doutor Augusto cuidou dele lá. Então, quando ele veio morar aqui, continuou cuidando dele e o meu avô está muito melhor, graças a Deus.

- Que bom!. Espero que possamos nos ver hoje na festa. Você vai vir?

- Claro. Já estou me preparando. E espero que possamos nos ver novamente.

- Claro que sim. Prazer Alma, até mais tarde.

- O prazer é todo meu.

Augusto aproximou-se da irmã e perguntou:

- Vejo que já conheceu a beldade da cidade!

- Sim, Alma é uma moça encantadora. Gostei dela. Vamos nos encontrar na festa.

Augusto sorriu.

- Que bom que gostou dela, porque eu também gosto muito!

Clemencia sorriu, e pela primeira vez em muito tempo, viu um brilho de felicidade nos olhos do irmão mais velho.

 

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DIÁRIO DE UM FERIADO


Um feriado é muito bom, mas um feriado na sexta feira é ainda melhor. O feriadão de 15 de novembro (agradecemos à proclamação da republica) é especial, sobretudo porque é em novembro, porque é em primavera, porque sempre faz um sol danado e, porque podemos de certa forma, dar uma pausa nas nossas atividades cotidianas e desfrutar, sempre que possível, a cidade e os seus cantos mil.


A manhã de hoje, foi típica de primavera. Sol radiante, temperatura na caça dos trinta e três graus, um convite irrecusável para aproveitar o dia. Decidi que hoje era dia de andar de bike. Nada melhor que passear pela ciclovia numa manhã quente de primavera.

Às 10 horas, sai de casa em direção ao parque do Ibirapuera que, era de se esperar, estava mais do que lotado, estava invadido de passeantes e turistas, de paulistanos alegres, aproveitando o dia livre, escapando do intenso trafego das rodovias que levavam para o litoral. Aliás, ontem a noite foi o pior engarrafamento da historia da cidade : 309 kms de congestionamento. Incrível!

O parque, como sempre, considerado a praia do paulistano, oferecia, aparte dos tradicionais cantos do lago, pista de Cooper, ciclovia, museus, sorvetes, bares e picnics, uma brisa primaveril de dar inveja e um canteiro de lilases, hortênsias e outras flores que coloreavam o ambiente e nos lembrava que estamos na primavera.

Parei para tirar algumas fotos, e não resisti de sentar na grama no meu canto favorito, aquele que me lembrava os parques londrinos, aquele que me faz lembrar do passado, do maravilhoso presente, e da esperança no futuro. Lembrei-me de uma velha canção que dizia “ É tão gostoso ter, os pés no chão e ver, que o melhor da vida vai começar”.

A jornada ainda continuaria pela ciclovia que me levou até a Vila Olimpia, Av.Berrini e finalmente, até a  Av.Roberto Marinho. O calor já estava forte, já era quase meio dia, mas isso é normal, pensei, porque estamos em novembro.

Uma forma gostosa de ver a vida numa manhã de feriado da Proclamação da República.

 

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

HAIKAI DE NOVIEMBRE


“Noche de noviembre

  Náufrago soy

  en un mar de estrellas

  entre sueños y quimeras”

 

“Mañanas frías         

  Caliginoso sol de mediodía

  Es noviembre

  y es primavera”

 

“Luna llena de noviembre

  Esperanzas

  Sentimientos en ebullición

  Alegrías y esperas”

 

“Es noviembre

  Y salgo de órbita

 sólo para dar un paseo”

 

“Noviembre de esperas

  Alegre primavera

  Calidez de ternura sincera”

“Dulce noviembre

  Airoso y cálido

  Consciencia plena de alegría

  Sempiterna primavera”.

DULCE NOVIEMBRE


Dulce noviembre
Dicen que eres airoso y cálido
Dicen que apenas llegas
Para volver a irte deprisa
Porque anuncias que el año
está por terminar,
Que , una vez más pasará,
y jamás volverá.

Dulce noviembre
Noviembre de perfumes y flores,
De azahares primaverales,
de expectantes mañanas,
e innumerables proyectos de vida.

Noviembre, dulce noviembre
De esperas, de esperanzas
De brisa suave, de frescores
De amaneceres, de ocasos
y quimeras.

Dulce noviembre
Dicen que eres airoso y cálido
Yo te quiero aprovechar
Lo máximo de tus días,
de tus amaneceres,
de tus primaveras,
de lo mejor de nuestra vidas.