terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

PEQUENO DICIONARIO INTIMO


CHUVA DE VERÃO


Bendita chuva de verão que com ímpeto, lava e leva nossos medos, nossos desejos mais tenebrosos e limpa nossas magoas.

FEVEREIRO TUMULTUADO


Crise na Venezuela, quase guerra civil na Ucrânia, guerra civil na Síria, Olimpíadas de Inverno na Rússia. Manchetes para nenhum jornal botar defeito. Sem dúvidas, o mês de fevereiro trouxe uma chuva de acontecimentos políticos importantes e tenebrosos.

A Venezuela de Nicolás Maduro está despencando pelo clamor popular nas ruas: desabastecimento, crise cambial, morte de manifestantes, prisões ilegais de opositores. Ou seja, um ambiente perto a uma explosão civil de uma nação em graves problemas.

Na Ucrânia, a maioria quer um acordo com a União Europeia, mas a Rússia não quer largar o país da sua órbita e, praticamente pressionou o governo a assinar um acordo com o Kremlin. A consequência foi catastrófica: milhares de manifestantes nas ruas lutando contra tropas do governo, que finalmente, caiu na semana passada.

A Síria continua sangrando numa guerra civil que já cobrou mais de 130 mil mortos. Na semana passada, nas Nações Unidas, por primeira vez, China e Rússia aprovaram pressionar o Presidente Bashar Al Assad para encontrar uma solução pacifica ao conflito. O inferno é na terra e chama-se Síria.

E as Olimpíadas de Inverno em Sochi, Rússia chegaram ao fim. Com escândalos de homofobia, protestos e muita decepção, a Rússia organizou os jogos que, pela primeira vez assistimos pela tv. ao vivo.

Para mim, os jogos de inverno não tem o glamour dos Jogos Olímpicos e é, talvez mais importante para os países frios. Foi, ao meu ver, um evento inexpressivo.

Fevereiro chega ao final com toda essa “chuva” de acontecimentos políticos que causam certa apreensão. O carnaval este ano não é em fevereiro, mas sim, em março, e começa com a esperança de que a alegria subistitua o horror.

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

NOVO TEMPO


O sol de fevereiro

anunciou um novo dia

A ilusão e a fantasia

estão na ordem do dia

O romantismo é a tua segunda pele

A vastidão é o teu mar

As estrelas brilham de esperança

e iluminam o teu caminhar

A lua cheia prateada

coloreia a tua vida

Alegria e sabedoria

andam juntas com a euforia

O misticismo,

toma conta da tua alma

O amor é o teu parâmetro,

tua bussola, e o teu guia

Tua vida é um mistério

como o oceano profundo

Assim segues a vida

Com o coração aberto

não temes o abismo,

pois tuas assas são fortes

Tua personalidade tem carisma

És PEIXES, sou PEIXES

O signo da minha vida!

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

HISTORIA EST MAGISTER VITA (LA HISTORIA ES LA MAESTRA DE LA VIDA)


HISTORIA EST MAGISTER VITA


(LA HISTORIA ES LA MAESTRA DE LA VIDA)


El caos político y económico que se instaló en Venezuela es más grave de lo que podemos imaginar. El gobierno del pseudo-demócrata Nicolás Maduro no sólo es responsable por la ola de desabastecimiento que vive el país, por el caos cambial, por la violencia terrible que los ciudadanos venezolanos están sufriendo, por la forma como la Justicia de Venezuela manda a los líderes de oposición a la cárcel con procesos que ponen en tela de juicio la propia justicia. De todos modos, parece que el estopín de todo el conflicto social es la alta de precios, la falta de alimentos y medicamentos básicos, los altos índices de robo y violaciones, en fin, un paquete horrible de problemas que nadie merece pasar.

Maduro está actuando como un típico dictador populista y demagogo. ¡Y cómo América Latina conoce muy bien este tipo de personaje! . De todos modos, la historia como maestra de la vida nos repite – valga la redundancia – la misma historia de siempre: cuando el hambre asola, entonces el descontento y la rebelión popular se instala causando descalabros y toda clase de injusticias. Y, como siempre, el pueblo paga la deuda.

Me resulta inconcebible que gobiernos latinoamericanos, incluyendo Brasil, estén apoyando a Maduro. ¡Qué mal papel desempeña el Itamaraty en todo esta crisis!. El gobierno brasileño apoya al gobierno venezolano, no a Venezuela ni a los venezolanos que luchan por la democracia. Algo que no se puede comparar con las manifestaciones de Brasil. De lejos, aquí no se protesta por falta de libertad,  ni de violaciones de los derechos humanos; no, aquí se protesta por los gastos excesivos del Mundial de Futbol, el precio de pasajes de transporte público, falta de viviendas, etc. Aquí, la democracia está bien asentada, pero no la justicia social. Pero eso es otro tema.

Mi apoyo y solidaridad a los venezolanos en su lucha por algo que es inherente a la dignidad humana: el derecho de ser libre.

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

LLUVIA DE FEBRERO


Lluvia de febrero

que se aposa de nuestros

cálidos atardeceres

para diluirse en agua

de esperanzas y de placeres

Lluvia que trae,

la húmeda alegría del futuro

Alivio, corazón puro,

noches frescas,

pasiones enardecidas,

desvelos incontenibles,

secretos y sueños apacibles,

Ilusiones pasajeras y

ensoñación tempranera.

Bendita lluvia de febrero

para sembrar el camino,

a través del surco profundo

de nuestros amores y destinos.

PEQUENO DICIONARIO INTIMO


ESPERANÇAR


Atitude positiva de esperança ativa por meio da qual, queremos algo na vida, esperamos e lutamos para consegui-lo. Neste ponto, a esperança é um verbo que impulsa nossos desejos mais profundos com uma vontade verdadeira e fortalecedora.

domingo, 16 de fevereiro de 2014

REFLEXÕES DO COTIDIANO



A NEBLINA


 

Densa e branca, suave e pálida, a neblina tomou conta da cidade nesta efêmera manhã de fevereiro. A bendita chuva dos últimos dias, fez “jus” a este mês que costuma ser chuvoso. É a manhã mais pálida e doce de fevereiro, porque antecipa o ambiente de carnaval que começa a dar adeus ao verão (verão que lembraremos como o mais quente de nossas vidas) e, também nos trará as  benções de frescor, da placidez e do prazer de sentir a brisa e o vento da vida.

Hoje é domingo. A casa está em silencio, ouço de longe o canto dos pássaros e, ainda é muito cedo. Já estamos no horário de inverno, é um anuncio mais de que o verão está aprontando as malas de viagem. Eu também estou aprontado as minhas. O verão traz o contato mais forte com a luz e o dia, traz alegria, euforia, prazeres da vida.

O outono já é tempo de preparar o recolhimento que o inverno me obrigará a fazer. É o ciclo da vida.

 

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

PHILOMENA OU O MISTERIOSO CARÁTER HUMANO



Dame Judi Dench é uma fortíssima candidata ao Oscar de Melhor Atriz 2014 pela sua extraordinária atuação em PHILOMENA, do inglês Stephen Frears (o mesmo diretor de THE QUEEN, 2007). Baseado no libro  THE LOST CHILD OF PHILOMENA do jornalista Martin Sixsmith (na tela protagonizado pelo ator britânico Steve Coogan.

Drama humano, dilacerante, emotivo, cruel e muito terno, Philomena conta a historia de uma mulher irlandesa que, quando adolescente, na década de 50, é forçada por freiras a abandonar o filho para adoção no orfanato onde trabalhava.

Cinquenta anos depois, Philomena Lee começa a busca pelo filho perdido com a ajuda de Sixsmith.

Mas, o que faz com que este drama seja diferente? A complexidade do caráter humano que continua sendo um mistério e tanto. Em meio a tanta dor, sofrimento, crueldade, surge um coração puro, capaz de perdoar.

Antes de entrar no cinema, analisava a nossa realidade tão difícil. Noticias de manifestações violentas do grupo chamado Black Block, que cobrou mais uma vitima no Rio de Janeiro; incêndio de ônibus, mortes em assaltos, preconceitos no futebol; tudo o que tem de ruim no espírito humano. Parece que o ser humano não sabe a que veio neste planeta.

Mas, ao assistir este drama tão real, veio á minha mente uma palavra: “redenção”. Conclui, com grande alivio, que o coração humano, quando ama é capaz de mudar tudo em volta, até o rumo da própria historia pessoal. Eis o maravilhoso charme (e mistério) do ser humano.

PS: Este insight de amor e redenção veio num dia de feliz coincidência: 14 de fevereiro, Dia de São Valentim, dia internacional do amor e da amizade.

VERBO AMAR



En principio

era el verbo

Y el verbo era Dios,

y  Dios es amor

Y el verbo es amor

Y el amor,

se anidó en el corazón del hombre

Y Dios creó al hombre a su imagen,

por amor.

Y al ejercer el amor,

el hombre alcanza

su máxima humanidad

Amar es el verbo

que dignifica la existencia humana

Amor es como el fuego

que abrasa la vida

Amar es la salvación

de un perturbado corazón

Amor es bálsamo

de un atribulado corazón

Amor es caridad,

emotividad y voluntad

Amor, en fin, es el gozne

sobre el cual gira,

el eje de la eternidad.

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

PEQUENO DICIONARIO INTIMO


ESTADO DE GRAÇA (II)


Estado espiritual de leveza. A lucidez é de graça e a felicidade é tranquila e se irradia nas pessoas e nas coisas. Às vezes, vê-se a profunda beleza. Ela dura muito pouco, o que é bom, porque senão nos acostumaríamos a ela e nos habituaríamos a essa felicidade.

ALMA, A FILHA DO DESTINO (CAP. III PARTE V)


Numa manhã quente de segunda feira, um carro com placa de Recife parou frente ao Posto Malta. Dois homens de meia idade desceram dele e entraram na venda. Damião estava atendendo quando viu os dois homens de terno branco e gravata se derretendo com o calor.

- Bom dia, gostaríamos de falar com o Seu Rubião Rocha. Ele mora aqui?

- Bom dia. Eu sou filho dele. Ele esta trabalhando nos canaviais, fora da cidade. Quem gostaria?

- Sou o doutor Ricardo Alvim, advogado da família Tristão. Vim falar com o Senhor Rocha. Meu cliente, o doutor Augusto Tristão, tem um recado para ele.

Após atravessar toda a cidade, os dois homens chegaram até a casa de Rubião Rocha. Ele tinha acabado de chegar do trabalho e estava tomando banho quando Alma foi atender as visitas.

- Pois não?

- Bom dia, moça. Esta é a casa de Seu Rubião Rocha?

A moça assentiu com a cabeça.

- Somos os advogados Alvim e Mattos, viemos de Recife para falar com o Seu Rocha.

Nesse momento Dadá apareceu. Alma estava assustada.

- Meu marido já vem. Bom dia. Sou Das Dores Malta. Mas o que vocês querem com ele?

- Viemos trazer um recado do meu cliente, o tabelião Tristão, de Recife.

- Que tipo de recado? – Dadá estava nervosa – Espero que o seu cliente saiba que tanto ele como nos, sofremos muito com a tragédia. Todos perdemos muito.

- Desculpe minha Senhora. Entendemos muito bem. Mas é um recado muito importante. Não se preocupe. O meu cliente nos mandou em paz.

Nesse momento, Rubião Rocha saiu para atende-los.

Como estava muito quente, sentaram sob uma mangueira, perto da casa. Dadá e Alma entraram e deixaram Rubião com os advogados.

- Em primeiro lugar – disse o advogado Alvim – o doutor Tristão sente muito tudo o que aconteceu com vocês e manda condolências. A confusão era tanta no começo que não teve tempo nem de escrever. Ele esta muito absorvido na investigação policial.

- Investigação? Que investigação? – disse Rocha nervoso- não está tudo resolvido? Os assassinos apareceram mortos, o grande canalha conseguiu fugir longe, e nos tempos que engolir a injustiça a cada dia!

- Sim, senhor Rocha, eu entendo, mas o meu cliente manda dizer que a investigação foi mandada para o Rio de Janeiro. Ele conseguiu reabrir o inquérito policial. Esta vez com investigação federal.

- O que? Mas isso vai resolver algo?

- O doutor Augusto crê que sim. Ele vai mover céus e terra para achar o filho do prefeito foragido.

- Infelizmente não é um foragido. Não acusaram o canalha de nada. E, no entanto aqui estamos nos. O doutor Tristão e eu, injustiçados, perdidos e abalados com tudo.

- Sim senhor Rocha. Mas o doutor Tristão manda dizer que ele esta indo para o Rio de Janeiro e que teremos alguma novidade. Também manda os seus cumprimentos.

Rubião Rocha pareceu se acalmar um pouco. Olhou para os advogados e disse seriamente:

- Tudo bem. Obrigado doutor Alvim. Diga ao seu cliente que aguardo novidades. Que espero que ele tenha muita sorte. Para o bem de todos nos. Sei o que é perder um filho. Só quem passou por isso pode saber. Também mando os meus cumprimentos.

- Obrigado Seu Rocha. Até logo. Saberá noticias em breve. Tudo vai se resolver, acredite.

- Passar bem!.

Rubião viu os dois homens entrarem no carro e desaparecerem pela estrada de terra que levava à cidade. Enquanto via o carro desaparecer na curva da mata, olhou para a esposa e a filha que aguardavam na porta.

- Muito bom – disse quase com um suspiro.

Alma percebeu que não tinha nenhum recado para ela. Era como se não existisse. Guto tinha morrido e ela também, aos olhos da família Tristão. Às vezes sentia saudades de Clemencia. Ela poderia ter sido de grande ajuda durante os terríveis momentos de luto e desespero. Mas Clemencia não tinha mandado nenhuma noticia, nenhum bilhete, nem sequer um cumprimento. Alma sabia, no fundo do seu coração que a família de Guto estava contra ela, a culpava de tudo o que tinha acontecido e isso doía muito para a pobre moça. Mas, o que ele poderia fazer? Só sofrer. Sofrer em silencia.

Na solidão da noite escura, as lagrimas corriam pelo seu rosto. O desespero era terrível porque deixava a mente cega, cega de pensamentos inúteis e nada positivos. A vida adquiria um viés de escuridão e desesperança que fazia com que o seu sofrimento fosse ainda pior. Mas no dia seguinte, ela se recompunha, ela voltava a ser aquela moça dócil que ajudava a mãe e que não tinha absolutamente nenhum interesse no futuro. Assim passava os dias. Parecia que nada novo aconteceria na sua vida.


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PEQUENO DICIONARIO INTIMO


VASTIDÃO


Espaço infinito de sonhos e sombras.

ESCREVER E A VIDA


Escrever não é nada mais do que a dolorosa expressão do autoconhecimento e interioridade.

 

Quanto mais escrevo, mais me sinto vivo. Escrever é um impulso de vida, pois é a manifestação suprema dos meus conflitos interiores, das minhas paixões, dos meus afetos e, também das minhas lamentações.

 

Às vezes é difícil encontrar as palavras para descrever o mistério da vida. Mas ai, o mistério aparece quando as palavras me escolhem. Então me sinto “possuído” pelo seu universo criativo e não sou mais eu.

 

Não gosto de reler o que escrevi. A minha vida também é assim. Dificilmente olho para trás e abro a porta do passado.

 

Quando deixar de escrever a minha vida, então será a hora de morrer.

 

Escrever é como a vida. Enquanto se escreve, se vive e se morre um pouco. Esse “colocar para fora” da alma através das palavras é uma experiência dolorosa e sublime ao mesmo tempo.

 

A poesia não é nada mais do que a expressão mais exaltada do amor, paixão, emoções, tristezas, alegrias, mal entendidos, mesquinhez e lamento. Sim, a poesia também esta no lamento.

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

REFLEXÕES DO COTIDIANO



O MISTÉRIO DA MANHÃ


 

Como gosto do mistério da manhã de um novo dia! . Quando a vida renasce lá pelas seis da manhã, a escuridão da noite encontra-se com a cor alaranjada do dia que começa a sua rotina em meio ao transito; os aviões aterrissando e decolando, o ruído da própria existência humana se mistura com as luzes dos prédios, onde posso ver com meu binóculo de curiosidade humana, a vida se desenvolvendo: pessoas andando depressa para tomar banho, a cozinha fervendo com o café da manhã, os jornais sendo entregues em cada porta, o ônibus escolar pegando crianças para mais uma jornada.  Em fim, a vida se manifesta em mil afazeres enquanto a cidade quase sonolenta acerta a sua posição. Esse mistério humano de “renascer” a cada dia, me fascina, me faz pensar na nossa vulnerabilidade e nossa imortalidade.

ALBOR DE UN DÍA


El silencioso color,

ocre naranja

se mezclaba con el azul atmosférico.

En el cielo,

sólo la estrella matutina brillaba

cuando la ciudad se desperezaba

Apenas acertaba su posición

al promediar más una mañana.

Es un nuevo día naciendo,

en el fragor de la euforia

el ruido callejero susurra la rutina,

las luces se encienden

y veo, por mi ventana,

el renacer de la vida.

A lo lejos, un avión aterrizaba

El sol se avecinaba,

el trafico abrazaba

a la ciudad cansada.

Más un día renacía

en medio del estío que reflejaba

la armonía, la ilusión y la fantasía:

¡el albor de la vida!

domingo, 9 de fevereiro de 2014

“AMERICAN HUSTLE” (A TRAPAÇA), OU UMA HISTORIA DE SOBREVIVÊNCIA.



“A arte da sobrevivência é uma historia que não acaba nunca”. Assim termina a última cena do ultimo filme de David O.Russell,  “AMERICAN HUSTLE”, (em português, A trapaça) um dos mais cotados para vencer o Oscar 2014. A tradução do filme para o português é quase fiel ao original. Hustle quer dizer “agitar, fazer trapaça, fazer barulho”. Por tanto, este filme que recebeu nada menos que 10 indicações da Academia é um filme interessante. O jogo da verdade permeia toda a trama. Um longo filme que no começo é um pouco cansativo, mas depois nos atrai pela trama rápida e muito sincronizada. Nos papéis principais, o extraordinário Christian Bale, como Irving Rosenfield, um trapaceiro de marca maior ao lado de sua amante Sidney Prosser (Amy Adams). O resto do elenco é formado por Bradley Cooper, que já trabalhou com Russell em O LADO BOM DA VIDA, no ano passado. Jackeline Lawrence faz a mulher de Rosenfield e fecha o quadrado perfeito dos personagens. Certamente Lawrence é a queridinha de Hollywood (ganhou  o Oscar o ano passado) mas Amy Adams está soberba. Ela sim, merece o Oscar de melhor atriz (pela qual está indicada este ano). O enredo se passa nos anos 70 e está baseada numa historia verdadeira de suspense, intrigas policias, comedia e romance. Tudo no mesmo pacote, como dizia o Estadão. De fato, A TRAPAÇA não trapaceia com o espectador e tem o seu encanto. Ela brinca com a corrupção e com a venalidade do qual as pessoas de bem sequer imaginam a existência. Os figurinos exagerados e a música da década de setenta são uma atração à parte. É uma comedia inteligente que faz rir em tom crítico, bem dirigida e com bom elenco.

FEBRERO LUMINOSO


Febrero,

de caliginoso verano

Acerada muchedumbre

Deseos de playas y ensueños

 

Iridiscente sol

Rabioso mediodía

Noches ensopadas

De nostalgias y ufanías.

 

Al romper la mañana

Tibio silencio de estrellas

Fragor indómito del día

Desnudez y fantasías.

PEQUENO DICIONARIO INTIMO


FEVEREIRO


Segundo mês do ano, centro do verão. Sol tropical que beija a terra. Luminosidade indescritível que se mistura com as chuvas e a folia carnavalesca. Mês de sorrisos e de muita alegria.

sábado, 8 de fevereiro de 2014

ALMA, A FILHA DO DESTINO (CAP.III PARTE IV)


Em Recife, a noticia da morte de Augusto chegou como uma tempestade na família Tristão. Na noite anterior, Dona Mercedes não tinha dormido nada bem. Acordou varias vezes e perdeu o sono. O dia amanheceu aparentemente normal para a família. O Doutor Augusto Tristão pai aproveitara o sábado para visitar um velho amigo que estava doentae no hospital, Clemencia tinha ido estudar com uma colega e, Dona Mercedes decidiu limpar o jardim posterior da casa. Passou a manhã toda trabalhando eliminando a sujeira, adubando a terra e plantando algumas flores. Após o relógio marcar as onze da manhã, foi preparar o almoço. O marido e a filha chegaram perto do meio dia e logo após se levantarem da mesa, decidiram todos descansar.

Clemencia ouvir a porta bater e foi rapidamente atender. Eram quase cinco da tarde quando ela recebeu  dois homens da policia.Pediram para falar com seu pai. O doutor Augusto estava lendo um livro na sala quando recebeu os homens.

Clemencia, ao escutar a noticia por boca dos policias quase teve um desmaio. Mas decidiu ser forte porque se preocupava com a saúde dos pais. Ela ajudou o pai a se sentar e trouxe um copo de água. Nesse instante entrara na sala a mãe, que tinha ouvido tudo da outra sala. Dona Mercedes caiu desmaiada, e Clemencia, ajudada pelos policias a levou para o quarto. O médico foi chamado. O caos reinou na casa.

Após os tristes funerais, Augusto Tristão começou uma jornada de investigação. Insistiu com o delegado em mandar efetivos para Inajá para apurar o crime, e assim foi. Clemencia teve que cuidar dos pais, especialmente da mãe que ficara doente após os funestos acontecimentos. Ninguém entendia nada.

Após algumas semanas, durante a investigação, soube-se que o motivo do crime tinha sido passional, pelo menos pelo lado de Gerônimo Bezerra. Aquilo motivou uma transformação nos sentimentos da família Tristão pela pobre noiva do médico. Alma foi motivo da morte de Guto. A culpada de tudo. A causa dessa horrível tragédia. Os Tristão não foram misericordiosos. Mas, quem sofria muito com tudo isso era a Clemencia, porque ela gostava de Alma e sabia que a historia estava mal contada. Um dia ela tentaria esclarecer. O que pensava Alma de tudo isso? Até onde ela sabia, era apaixonada pelo seu irmão, então, as coisas não deveriam ter sido dessa forma.

O Coronel Bezerra tinha contatos poderosos com as altas esferas da política e do judiciário pernambucano. O inquérito não prosperou por falta de provas. Ninguém conseguiu provar que o filho do prefeito estava envolvido no assassinato. Os assassinos apareceram mortos na cadeia de Inajá e assim, a história terminou. Mas não para a família Tristão. Eles estavam dispostos a continuar com o processo e o velho tabelião insistia perante as autoridades para que o caso não se encerrasse. Os principais jornais de Recife aderiram à causa dos Tristão e os ataques da imprensa incomodavam  terrivelmente o Coronel Bezerra.

Gerônimo Bezerra tinha fugido para Europa. Pelo menos isso é o que dizia nas bocas das comadres fofoqueiras do sertão do Moxotó.

Após o encontro com o velho Pajé nas margens do rio, Alma nunca mais tinha sido vista nadando no rio. Perdeu todo o desejo pelos banhos de lama, pelas águas mornas do Moxotó. Parecia uma moça perdida. Algumas vezes a mãe notava que ela estava ausente, assim como o pai. Dadá a via definhar todos os dias e começou a se preocupar com ela.

- Minha filha. Quero conversar com você- disse a mãe da moça. – Senta aqui ao meu lado.

A filha obedeceu, silenciosa.

- Quero que você saia de Inajá. Quero que vá morar com meu irmão em Recife. Quero que continue os seus estudos por lá, e esqueça esta cidade horrorosa. Nos estaremos sempre aqui, mas você precisa seguir a sua vida.

Alma não responde. Somente olhou para a mãe e tentou sorrir.

- Entende minha filha? – Disse Dadá preocupada – Quero que você siga a sua vida adiante. É muito menina para sofrer e aqui só há sofrimento. Vou escrever para o seu tio e ele te receberá. Devia ter aproveitado o enterro do seu avô para falar com ele, mas naquela vez estava sem cabeça.

A moça sorriu para a mãe e olhou para o quintal. Imaginou o Guto chegando na casa para vê-la. Duas lágrimas correram pelo seu rosto. Alma tinha a alma quebrada.

 

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quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

PEQUENO DICIONARIO INTIMO


HUMANIDADE


Peculiar característica do ser humano. Sentimento de bondade. Benevolência. Compaixão. Piedade em relação aos desfavorecidos. Quem pratica a humanidade, eleva a alma à Deus.

HUMANIDADE SILENCIOSA


É comum escutar que São Paulo é uma cidade grande, fria e individualista. Ninguém fala com ninguém, ninguém é amigo de ninguém, cada um se vira como pode, e no final, a cidade é um lugar carente de sentimentos, de humanidade, em fim.

Pois bem, nunca acreditei nesses clichês vindos de pessoas, possivelmente traumatizadas com a cidade, pela violência, e talvez por não se acostumar à grandeza de São Paulo.

Neste último sábado de verão escaldante. Fui andar de bicicleta na ciclovia do Rio Pinheiros. O dia já tinha começado muito quente. O rio estava quase morto de sede, os edifícios elegantes da marginal Pinheiros exibiam o seu melhor modernismo arquitetônico. A cidade enfrentava mais um dia de intenso calor.

Após o treino de 20km, ao sair da estação Vila Olímpia da CPTM, eis que o pneu da minha bike, simplesmente murchou. Ou seja, furou. Comecei então uma via sacra a procura de uma borracharia de bike e me disseram que tinha uma na Rua Alvorada, umas dez quadras do lugar onde me encontrava. Não tive outra opção. Tive que carregar a minha bike a mão e, graças a Deus, tinha encontrado a borracharia em questão.

O dono do lugar me disse que o pneu estava totalmente destruído e que tinha que trocar por um novo. Quando disse que sim, lembrei que não tinha levado carteira comigo. Só alguns trocados para comprar água ou outras necessidades. Então falei para ele que não tinha dinheiro e que levaria a bike comigo e tentaria chegar em casa a pé (minha casa distava uns cinco quilômetros do lugar).

Ele falou que não tinha problema. Trocou o meu pneu e me disse que poderia pagar quando pudesse. Então, veio à mente uma palavra: HUMANIDADE. Alguém nesta grande cidade ainda confia no seu semelhante. Alguém ainda pratica a chamada humanidade, tão rara nos nossos dias. Pensei, com alegria interior, que não importava o que diziam da minha cidade. Podem dizer que é fria, distante, desumana. Mas, ela também tem cidadãos bons, decentes, simples, em fim, humanos. A humanidade não é mais do que bondade, sentimento de amor para com o próximo. Algo que deveríamos praticar todos os dias porque ela nos faz seres especiais e elevados perante Deus.

Dias depois, voltei ao lugar e paguei a minha conta. E, a partir de agora, já tenho um lugar onde levar a minha bike, em qualquer momento. Foi um simples, singelo, e para muitos, insignificante; mas para mim, um momento mágico e eterno.

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segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

AMOR


Melancolia

Euforia

Fantasia

Ilusão

Emoção

Perene renovação

Alto astral

Azul mar

Não é efeito, nem causa

Nem principio, nem fim

É tudo isso junto, em fim.

Susceptibilidade

Harmonia

Suave canção

Sonora melodia

Grito de dor

Risada de prazer

Brado de alegria

Estrela cadente

Lua cheia adormecida

Noite estrelada

Fagulhas prateadas

Companheirismo

Cumplicidade

Agonia, silêncio

Grito de rebeldia

Coração atormentado

Liberdade, alforria

Amor é vida

Amor vai alem da vida.

domingo, 2 de fevereiro de 2014

CICLOVIA DO RIO PINHEIROS




UM SÁBADO DE VERÃO

Sábado de manhã, 9hs. O sol escaldante do primeiro dia de fevereiro de 2014 esta em pleno apogeu. Mais um dia quente se aproxima e nada melhor do que pegar a bicicleta e ir à ciclovia do rio Pinheiros.

A ciclovia que esta a beira do rio tem em total 22,5km de extensão. Ela começa na região de Interlagos até a estação Vila Lobos da CPTM. Hoje, ela esta interditada nos primeiros 14 quilômetros (de Interlagos até Vila Olímpia) devido à construção do monotrilho da linha 15 Ouro, na região do Morumbi. De qualquer forma, é um prazer andar de bike através dos seus 8,5km desde a Vila Olímpia até Vila Lobos.

Nesse trecho, a ciclovia passa por imponentes edifícios comerciais localizados na Marginal Pinheiros, e as estações de trem urbano da CPTM, localizadas na mão direita, são um charme pela sua arquitetura e suas cores modernas. Sem duvidas, a estação Pinheiros (que esta unida com a linha 6- Amarela – do metrô, tem a construção mais impressionante do ponto de vista da arquitetura cosmopolita.

O calor estava ficando insuportável, mas o desejo de aproveitar a manhã de sábado era muito maior. Ouvindo sinfonias de Bach, pela radio Cultura FM, não pude deixar de ver a realidade do momento. A falta de chuva neste verão terrível faz com que o nível do rio esteja extremamente baixo. Ilhas de barro, sujeiras, troncos velhos de arvores, bolsas de areia e garrafas de plástico espalhavam-se pela beirada do rio cansado, doente e quase desaparecendo. Nem as sinfonias de Bach evitaram que eu não sentisse uma tristeza ao ver o rio nesse estado, quase morto. O outrora rio Pinheiros, que fora palco de tantas competições de natação, de remo, de atrair os cidadãos que se atiravam nele para se refrescar nos longos verões do passado, agora é só uma pálida testemunha da cidade. É uma imensa pena.

Os 25km de ciclismo até minha casa, me deixaram essa impressão profunda e o desejo que, em pouco tempo, o plano piloto do governo, de limpeza dos rios Pinheiros e Tietê, seja uma realidade.

 

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sábado, 1 de fevereiro de 2014

FEBRERO


Febrero de estío
y renovación.
Empezar una y otra vez
nuestro lento caminar.

Dice el poeta:
“el algún sitio cualquiera,
acuérdate que te espero
puedes venir cuando quieras
como la lluvia en febrero”

Puedes venir con los rayos
fulgurantes del sol de verano
Puedes despertarte
con tus suaves amaneceres

Puedes saborear el dulzor
y la calma de tus noches,
noches iluminadas de estrellas
Puedes enamorarte y celebrar
el eterno renacer del amor.

Puedes venir con tus cálidas tardes
cuando la palidez de tus días,
aumenta tu candor
Puedes venir con tus fuertes lluvias
Puedes traer emoción.

Febrero de estío
y renovación,
Suave murmullo de esperanza
en tu corazón.