Faz algum tempo tenho observado
que, apesar dos trancos e barrancos da nossa jovem democracia, o Estado de
Direito (aquele em que às leis prevalecem sobre tudo e todos) no Brasil, está
funcionando. Se o Brasil fosse a Coreia do Norte ou a China, talvez o Lula
seria absolvido pelos amigos e fuzilado pelos inimigos. Mas, aqui não. Aqui
ainda imperam as leis e a ordem, ainda que de forma efêmera e muitas vezes
promíscua.
No entanto, queiramos ou não, a
notícia inédita da condenação de um ex-presidente da República, o mais alto
cargo do país, tem os dois lados: promissor e grave. O fato de que um homem
outrora poderoso, chefe de uma gangue de corruptos, líder de um partido
político e de uma ideologia que levou o país a beira da catástrofe (aliás, catástrofe
do qual ainda o país não consegue sair) seja condenado, é promissor. O juiz
Sérgio Moro, condenou o ex-presidente (reo em cinco processos) a nove anos e
meio de prisão. É claro que ainda há o recurso na 2 Instancia e isso vai
demorar, mas o primeiro passo está dado, e isso é de uma importância radical.
O fato grave é como a República
dá cabide a este tipo de líderes, a este tipo de homens públicos. Sei muito bem
que é preciso reformar todo o sistema eleitoral que, ao meu entender,
possibilita o surgimento de homens públicos de tão baixa categoria, de tão
pouca preparação para o serviço público que é necessário mudar o estado de
coisas.
Há muita esperança quando, apesar
dos pesares, a justiça ainda que lenta, aparece no horizonte cívico da
sociedade. Há esperança em que as novas gerações possam mudar o rumo do país. E
se a República teima em dar este passo, pois bem, já é hora, também de muda-la.
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