quinta-feira, 23 de novembro de 2023

CONTRADIÇÃO II

 

Às vezes sou brisa

E às vezes vento

Às vezes sou pedra

E as vezes, lamento

Corro em direção ao sol

Sem olhar para trás

Sorrio com a luz da manhã

e contemplo a escuridão,

com serenidade,

e plenitude de quem vive

cada momento como um milagre

Milagre de vida

Sem arrepender-se de nada no mundo

Pois a vida é um trajeto silencioso

e quase efêmero

Sorrio sempre, pois nasci assim

Mas não esqueço as minhas lágrimas

molhadas ao vento, de tanto em tanto

Vagando pelo passado, pulando o presente,

desaparecendo nos limites dos pensamentos

Sou riso, e sou lágrimas

Sou música e sou silencio

Sou um vendaval de emoções

E também sou um iceberg

em movimentos incertos

Sou humano, com traços divinos

Sou luz e sou escuridão

Sou suavidade e sou dureza

Sou apenas um homem clemente

que tenta ser justo, a duras penas

Simples e complexo

Humano, muito humano,

demasiado humano

Como não ser então,

um feixe misterioso de contradição?

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