“Um brinde aos tolos
que sonham, por mais loucos que esses sonhos possam ser”
Ao meio de um descrédito e de descrença sobre os filmes
favoritos ao Oscar 2017, assisti ao filme de Damien Chazelle, estrelado por
Ryan Gosling e Emma Stone. A história do músico Sebastian
(Gosling) e da aspirante a atriz Mia (Stone) poderia ser mais uma história de
romance entre os dois personagens que se conhecem e se apaixonam em Los
Angeles. Mas a natureza do drama de
Chazelle, lançado no Festival de Veneza em 31 de agosto de 2016, e nos Estados
Unidos no começo de dezembro recebeu críticas positivas que elogiaram o roteiro
e a direção de Chazelle, assim como as performances de Gosling e Stone. Já foi
uma grata surpresa receber sete prêmios nos Globos de Ouro de 2017, uma previa
do Oscar que virá em fevereiro.
Também ouvi algumas criticas negativas ao filme que recebeu
nada menos que 14 indicações. Só dois filmes na história de Hollywood receberam
este numero de: A Malvada (All about Eve, 1950) e Titanic(1997). A quantidade de indicações provocaram alguns
protestos: Era para tudo isso?, O que tem este filme de tão especial?. Muitos
diriam que apesar de achar TITANIC muito comercial, tinha uma superprodução por
trás que justificavam todos esses prêmios, mas e LA LA LAND? Por que tantas
indicações? É um musical? É um drama romântico? Será que vale tudo isso?
Ao meio de tantos comentários, fui desprovido de qualquer
preconceito, e sabem o que aconteceu? Fui surpreendido por um filme que tocou a
minha alma de um jeito como fazia tanto tempo não acontecia. Na forma pode ser
considerado um musical romântico, mas no conteúdo é muito mais importante: o
poder realizador dos sonhos. A trilha sonora é muito boa, a história é contada
através dos personagens que tem uma meta em comum: a luta por realizar seus
sonhos e alcança-los. Muitos coincidiram comigo que isso é um clichê. Pode até
ser. Mas como esse clichê é contado faz toda a diferença.
O filme é uma viagem aos famosos musicais dos clássicos de
Hollywood que tanto nos fizeram emocionar. O Romance é desconstruído a cada
instante por um roteiro belíssimo que conta uma historia singela mas sincera e
humana. Muito humana.
O fato dos atores Ryan Gosling e Emma Stone não sejam
necessariamente bons cantores, não importa. O roteiro dá vida a um processo de
elaboração da própria vida com a continuada busca dos sonhos.
Numa canção cantada por Stone, ela diz uma frase que traduz
todo o filme: “Um brinde aos tolos que sonham, por mais loucos que esses sonhos
possam ser”. Eis a ideia central deste drama.
Fiquei contente em ser surpreendido positivamente por
Hollywood. Muitos dos que me conhecem sabem da minha admiração pelos grandes
Estúdios Cinematográficos Americanos dos anos 40, 50 e 60 e também sabem o meu
longo desapontamento e decepção com os filmes atuais da indústria americana.
Mas com LA LA LAND, fiquei emocionado. Não acho que seja um filme para ganhar o
Oscar, mas ao meio de tantos filmes ruins que competem e que já ganharam a
estatueta, ficaria satisfeito se o Oscar de melhor filme 2017 fosse para LA LA
LAND.
Como sei que um filme é bom para mim? Como já disse, quando
ele me toca a alma de uma forma que não sei como explicar. Este filme fez isso
comigo, e adorei.
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