domingo, 29 de janeiro de 2017

LA LA LAND OU O PODER DOS SONHOS

“Um brinde aos tolos que sonham, por mais loucos que esses sonhos possam ser”
Ao meio de um descrédito e de descrença sobre os filmes favoritos ao Oscar 2017, assisti ao filme de Damien Chazelle, estrelado por Ryan Gosling e Emma Stone. A história do músico Sebastian (Gosling) e da aspirante a atriz Mia (Stone) poderia ser mais uma história de romance entre os dois personagens que se conhecem e se apaixonam em Los Angeles.  Mas a natureza do drama de Chazelle, lançado no Festival de Veneza em 31 de agosto de 2016, e nos Estados Unidos no começo de dezembro recebeu críticas positivas que elogiaram o roteiro e a direção de Chazelle, assim como as performances de Gosling e Stone. Já foi uma grata surpresa receber sete prêmios nos Globos de Ouro de 2017, uma previa do Oscar que virá em fevereiro.
Também ouvi algumas criticas negativas ao filme que recebeu nada menos que 14 indicações. Só dois filmes na história de Hollywood receberam este numero de: A Malvada (All about Eve, 1950) e Titanic(1997).  A quantidade de indicações provocaram alguns protestos: Era para tudo isso?, O que tem este filme de tão especial?. Muitos diriam que apesar de achar TITANIC muito comercial, tinha uma superprodução por trás que justificavam todos esses prêmios, mas e LA LA LAND? Por que tantas indicações? É um musical? É um drama romântico? Será que vale tudo isso?
Ao meio de tantos comentários, fui desprovido de qualquer preconceito, e sabem o que aconteceu? Fui surpreendido por um filme que tocou a minha alma de um jeito como fazia tanto tempo não acontecia. Na forma pode ser considerado um musical romântico, mas no conteúdo é muito mais importante: o poder realizador dos sonhos. A trilha sonora é muito boa, a história é contada através dos personagens que tem uma meta em comum: a luta por realizar seus sonhos e alcança-los. Muitos coincidiram comigo que isso é um clichê. Pode até ser. Mas como esse clichê é contado faz toda a diferença.
O filme é uma viagem aos famosos musicais dos clássicos de Hollywood que tanto nos fizeram emocionar. O Romance é desconstruído a cada instante por um roteiro belíssimo que conta uma historia singela mas sincera e humana. Muito humana.
O fato dos atores Ryan Gosling e Emma Stone não sejam necessariamente bons cantores, não importa. O roteiro dá vida a um processo de elaboração da própria vida com a continuada busca dos sonhos.
Numa canção cantada por Stone, ela diz uma frase que traduz todo o filme: “Um brinde aos tolos que sonham, por mais loucos que esses sonhos possam ser”. Eis a ideia central deste drama.
Fiquei contente em ser surpreendido positivamente por Hollywood. Muitos dos que me conhecem sabem da minha admiração pelos grandes Estúdios Cinematográficos Americanos dos anos 40, 50 e 60 e também sabem o meu longo desapontamento e decepção com os filmes atuais da indústria americana. Mas com LA LA LAND, fiquei emocionado. Não acho que seja um filme para ganhar o Oscar, mas ao meio de tantos filmes ruins que competem e que já ganharam a estatueta, ficaria satisfeito se o Oscar de melhor filme 2017 fosse para LA LA LAND.

Como sei que um filme é bom para mim? Como já disse, quando ele me toca a alma de uma forma que não sei como explicar. Este filme fez isso comigo, e adorei.


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