sexta-feira, 10 de maio de 2024

VIVER A VIDA

 



Como é difícil viver! Como é desafiador e ao mesmo tempo requer muita coragem. A vida, as vezes, grita o nosso nome e temos a opção de responder ao seu chamado ou ignora-lo.

Viver é uma tarefa hercúlea e ao longo do longo lapso no qual vivemos vamos existindo. Experenciando aventuras, novos recomeços, novas posições, novas realidades.

Podemos ter a sensação de que a vida é veloz, ou talvez um pouco lenta. As vezes parece etérea ou efêmera, e as vezes ela é cheia de vitalidade e fortaleza.

Também é difícil viver entre tempos mortos. Cada individuo tem o seu lado escuro, o seu momento árido, seu tempo morto. O meu tempo morto é quando não escrevo, quando a inspiração não vem. Não sinto que a minha vida é em vão; não, simplesmente ela está temporalmente deserta e árida. É um tempo vazio, um tempo morto. É quando eu também estou morto.

Então, viver entre tempos mortos requer muita coragem e muita frieza. Requer extrair do fundo da nossa essência toda a força interior, toda a fé na própria vida que estamos vivendo.

Viver também é um ato de agradecimento por “estar” e por “ser”. É ter a força misteriosa de expressar tudo o que sentimos, e juntar todas as nossas vivencias, nossos pensamentos, nossas crenças e atuar em consequência. Viver é ter coragem e a ousadia de dizer “SIM” a cada afronta, a cada obstáculo, a cada perda, a cada momento efêmero de felicidade. Viver é sentir a plenitude de estar e fazer parte de um todo; uma partícula vital do próprio universo, uma parte infinita e fundamental da Criação.

Viver a vida para mim, é deixar um feixe de estrelas com as palavras do meu pensamento, por onde eu passar, seja a órbita que for.

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“Aprendi a ser o máximo possível de mim mesmo”

Nelson Rodrigues (1912-1980) Escritor, jornalista e dramaturgo brasileiro.


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