Como é difícil viver!
Como é desafiador e ao mesmo tempo requer muita coragem. A vida, as vezes,
grita o nosso nome e temos a opção de responder ao seu chamado ou ignora-lo.
Viver é uma tarefa
hercúlea e ao longo do longo lapso no qual vivemos vamos existindo.
Experenciando aventuras, novos recomeços, novas posições, novas realidades.
Podemos ter a sensação de
que a vida é veloz, ou talvez um pouco lenta. As vezes parece etérea ou
efêmera, e as vezes ela é cheia de vitalidade e fortaleza.
Também é difícil viver
entre tempos mortos. Cada individuo tem o seu lado escuro, o seu momento árido,
seu tempo morto. O meu tempo morto é quando não escrevo, quando a inspiração
não vem. Não sinto que a minha vida é em vão; não, simplesmente ela está temporalmente
deserta e árida. É um tempo vazio, um tempo morto. É quando eu também estou
morto.
Então, viver entre tempos
mortos requer muita coragem e muita frieza. Requer extrair do fundo da nossa
essência toda a força interior, toda a fé na própria vida que estamos vivendo.
Viver também é um ato de
agradecimento por “estar” e por “ser”. É ter a força misteriosa de expressar
tudo o que sentimos, e juntar todas as nossas vivencias, nossos pensamentos,
nossas crenças e atuar em consequência. Viver é ter coragem e a ousadia de
dizer “SIM” a cada afronta, a cada obstáculo, a cada perda, a cada momento
efêmero de felicidade. Viver é sentir a plenitude de estar e fazer parte de um
todo; uma partícula vital do próprio universo, uma parte infinita e fundamental
da Criação.
Viver a vida para mim, é
deixar um feixe de estrelas com as palavras do meu pensamento, por onde eu
passar, seja a órbita que for.
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“Aprendi a ser o máximo
possível de mim mesmo”
Nelson Rodrigues
(1912-1980) Escritor, jornalista e dramaturgo brasileiro.
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