sábado, 29 de maio de 2010

MISTÉRIO (II)


O silencio. O grande mistério do silencio onde os meus olhos se fecham para ouvir a suave melodia do meu interior, da minha alma. As vezes o silencio grita de dor e angustia, as vezes ele se envolve com uma aura de amor intenso que me acalma e me da a paz que preciso para seguir adiante.
Hoje pensei no vôo da borboleta. Elas voam suavemente sobre as flores e se perdem no infinito do horizonte. Eu quero ser como uma borboleta, quero voar sem destino, me debruçar sobre o horizonte etéreo e eterno e sentir em toda a plenitude a perigosa e excitante liberdade. A verdadeira liberdade do ser humano. Aquela que não está atada a absolutamente nada, só a sua verdadeira essência.
A noite também tem os seus mistérios...Um mistério que impressiona e acalma ao mesmo tempo...As vezes as melhores inspirações da alma vem da escuridão noturna e silenciosa..A terra parece então descansar numa extensa relva escura e tranqüila e a alma se inquieta produzindo pensamentos profundos e também misteriosos. O dia e o brilho do sol separa esse descanso e nos obriga a enfrentar a realidade, que, dificilmente é misteriosa.
Que maravilhoso é o mistério da lua. A lua cheia me induz a amar e é cheia de mistérios..Qual é o mistério dessa lua que influi nas marés e na mente humana? Não sei, é mistério. Só sei que em noites de lua cheia a minha inspiração fica mais aguçada e sinto vontade de amar e de escrever poemas de amor. Aqueles que se perdem no infinito luar da paixão e da emoção..Aqueles que ,ao lê-los podemos sentir, nas membranas mais finas da nossa alma, os eflúvios de um coração apaixonado..Que doce mistério de amor nos da a lua cheia....Amo a sua luz, a sua quietude, a sua abençoada calma quando distribui a sua luz por toda a terra.
Meus pensamentos serpenteiam por caminhos misteriosos. Na profundidade da noite silenciosa vejo a minha existência solitária e plácida espairecer-se serena num vazio grandioso e eterno.
As vezes, poucas vezes, sinto no coração um pequeno estremecimento. Meu eu interior luta com todas as forças contra o aborrecimento e a chatice e se derrama nas sombras das dúvidas e contradições. O vazio morno da vida é um grande pecado mortal para qualquer alma humana. E como luto contra ele!
Se não fosse o mistério da minha fé e a minha esperança, certamente já tinha me lançado ao vácuo da inércia, afogado nas ondas da decepção e da cegueira mental e espiritual que pode chegar a perturbar qualquer mortal.
As vezes a melancolia é o elemento transcendental no análise profundo da minha existência. Mergulhando nela é possível ter a visão certa de mim mesmo e ali posso encontrar as forças espirituais para flutuar e voltar a respirar.
Tudo parece muito simples. Este é mais um mistério da minha vida, mas é uma tarefa hercúlea. Acreditem!.

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