sábado, 22 de maio de 2010

TEMPUS FUGIT (III)


Escrevo no meu diário pessoal tudo o que fiz ao longo dos meus anos. Nem sei ainda para que servirá..alguém vai ler depois da minha morte? O que pensarão de mim? Escrevo para registrar a minhas vivencias, tudo o que escrevo, a minha inspiração, etc. talvez com o intuito de manter um pouco de mim quando não estiver. Será que tudo o que quis manter intacto será recompensado pelo olhar de alguém interessado no que vivi? Ou será que tudo o que gravei será em vão? Só saberei depois...ou talvez nunca saiba.
Então o tempo que me interessa não deveria ser o passado mas sim o meu presente. É ele que me conduzirá pelos caminhos que hei de trilhar neste mundo e nesta vida. O resto nada importará.
Mas também tomo susto com a rapidez do tempo. Observo o calendário...já estamos em maio...Meu Deus, o tempo voou e eu nem percebi. Já se passaram cinco meses desde o inicio do ano e simplesmente eu não percebi. Fico tão focado no dia a dia que não percebo o passar do tempo. Quando tudo já passou, ai percebo mas já é muito tarde....o tempo já passou.
Ontem vi o por do sol sobre a cidade da minha janela e observei a sua beleza. Meu Deus, eu morando na mesma casa há tantos anos – um bom período de tempo – e só agora observo um por do sol como esse. Quantos por do sol ainda hei de ver, quantos eu já vi e nem observei direito. O tempo passou e só agora percebo que passou e não observei os por do sol que a natureza me oferecia.
Deus é eternidade, sem tempo nem espaço. Para Deus a nossa vida é só uma fração tão pequena, insignificante de tempo, e para nós parece tão longo o nosso próprio tempo. Que mistério!. E quando morremos, o nosso espírito, que acreditamos é eterno, começará a viver outra vida? Ou ficará para sempre na eternidade de Deus? O amor que sinto por Deus, já que ele mora em mim, é eterno enquanto estou neste corpo, ou continuará eterno quando eu morrer? Acredito que sim. A racionalidade do pensamento as vezes me faz duvidar sobre o tempo e a eternidade, mas o que sinto no fundo da minha alma me acalma porque sei que ela é eterna.
As vezes desperdiço o tempo como se ele durasse uma eternidade. Para mim pode durar uma eternidade o meu momento presente. Sei que o momento vivido não volta atrás porque o tempo passa rápido demais, mas os momentos que viverei ainda me deixam na expectativa de ver o que me acontecerá. Não acho perda de tempo ficar sem fazer absolutamente nada. As vezes no “nada” se encontra inspiração para fazer o “tudo”. Isso é maravilhoso.

Nenhum comentário:

Postar um comentário